Depois de seis mandatos consecutivos como representante de Rio Claro e região, Aldo Demarchi (Democratas) deixa o cargo de deputado estadual nesta sexta-feira (15).
Os 57.498 votos que obteve no ano passado não foram suficientes para garantir uma das 94 cadeiras da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), mas permitiram-lhe ocupar a segunda suplência, o que torna praticamente certo o seu retorno ao Parlamento Paulista a médio prazo.
Afinal, em 2020 serão realizadas eleições municipais e, tradicionalmente, muitos deputados concorrem com boas chances de vitória às prefeituras de suas cidades.
A curto prazo, porém, Demarchi deve assumir a função de secretário executivo de Logística e Transportes do governo João Doria (PSDB), setor que conhece bem, uma vez que ao longo de mais de duas décadas integrou e presidiu a comissão permanente dessa área na Assembleia.
ATIVO
Independentemente da área onde pretende atuar, uma coisa é certa: o veterano político não parece disposto a pendurar as chuteiras, o que deixa evidente nas entrevistas à imprensa e na mensagem de vídeo que divulgou nos últimos dias nas redes sociais. “Tudo na vida tem um propósito maior.
Assim, com o sentimento do dever cumprido, estou deixando esta semana a atividade parlamentar, mas não estou saindo da política. Pelo contrário. Desde já, coloco toda a minha experiência e meu conhecimento à disposição para servir em novas fronteiras”, destacou em determinado trecho do comunicado.
E nem poderia ser diferente para quem está na vida pública há mais de 40 anos. “Fui eleito vereador em 1976, depois, fui vice-prefeito, exerci o cargo de prefeito por mais de uma vez e fiquei na Alesp de março de 1995 até agora, ocupando em duas oportunidades a Segunda Secretaria da Mesa Diretora”, recorda. “Durante todo esse tempo, sempre tive o cuidado de apenas assumir os compromissos que eu podia cumprir e de jamais me afastar das minhas origens.
Essa preocupação de ter os pés no chão, não permitindo que o poder me subisse à cabeça, talvez seja a melhor explicação para o relativo sucesso que alcancei. Precisamos ter consciência de que os cargos públicos, por mais elevados que sejam, são passageiros. O que fica, na verdade, são a família, os amigos e as ações que desenvolvemos em benefício da coletividade”, ressalta o ex-deputado.
INÍCIO
Boa parte das características de sua personalidade, ele herdou dos pais, os saudosos “seo” Isidoro Demarchi e dona Catarina Caetano Demarchi, esteios da família cujos pioneiros no Brasil chegaram da Itália no final do século dezenove. “Aprendi com meu pai que, para andar um metro ou cem quilômetros, temos de dar um passo de cada vez”, diz Aldo, que adota essa regra em praticamente todas as suas ações, seja na vida pessoal ou na política.
POLÍTICA
Ex-seminarista, técnico formado pela Escola Industrial e pela Getúlio Vargas, graduado em Administração de Empresas, José Aldo Demarchi nasceu em Santa Gertrudes quando o município ainda fazia parte de Rio Claro. Nas ruas de chão batido da eterna “Capital da Telha”, ele viveu a infância e parte da adolescência.
Na época, jamais poderia imaginar que um dia teria o privilégio de ser, por muito tempo, o único deputado estadual numa distância que vai até Araraquara, pela Rodovia Washington Luiz, e até Ribeirão Preto, pela Anhanguera.
“Das 645 cidades paulistas, apenas cerca de 30 estão na Assembleia Legislativa. Daí o meu esforço para que Rio Claro continuasse a fazer parte dessa estatística. Somente assim teríamos condições de encaminhar nossas reivindicações aos diversos setores governamentais”, justifica.
Essa condição trouxe, ao longo de 24 anos, benefícios para milhares de pessoas. “A presença na Assembleia Legislativa de alguém que vive o dia a dia dos moradores de Rio Claro e região foi fundamental para obtermos recursos destinados a obras e serviços de interesse geral”, avalia Demarchi.
“Poderia mencionar inúmeras ações, mas creio que a principal de todas foi minha conduta durante todo o tempo em que representei Rio Claro na Assembleia. Honrei cada voto recebido e procurei trabalhar em benefício de todos, mas principalmente daqueles que mais precisam de apoio do Estado”, arremata Demarchi.