Atravessar todo o limite urbano de Rio Claro nunca foi tão complicado. Além das reclamações habituais quanto ao comportamento dos motoristas, sobretudo quanto ao uso de equipamentos como a “seta”, um agravante coloca à prova toda a estrutura viária do município: o crescimento exponencial no volume de veículos nos últimos dez anos.
Segundo dados da Secretaria de Mobilidade Urbana, hoje Rio Claro conta com 198.912 veículos motorizados cadastrados no município, para uma população de 207.800 habitantes. O que representa quase um veículo por habitante. Os dados mostram ainda que 51,8% desses veículos são carros e 22,11% motos.
Em entrevista ao Diário, o secretário da pasta Ivan de Domênico explica que o aumento no número de veículos esbarra diretamente em alguns gargalos da estrutura viária, sobretudo a largura das ruas centrais. “Elas tem em média 7 metros de largura e não comportam duas pistas e mais uma faixa para estacionamento. Já onde as ruas são de 9 metros, comportam uma faixa de estacionamento e duas pistas de rolagem, no mínimo, permitido pelo Detran. Isto significa que, nas horas de pico, existem gargalos, pois a caixa da rua não comporta o número de veículos que entram no tráfego”, esclarece Domênico.
Conforme o secretário, o ideal de uma rua correta seria apresentar estacionamentos, ciclofaixas, pista de rolagem e corredor de ônibus, porém são poucas as vias com esta característica em nossa cidade. “Para novos bairros, a lei pede para via local o mínimo de 15 metros, e para vias coletoras 21 metros de largura. Para avenidas arteriais, são 33 metros, com duas pistas de cada lado e canteiro central. E, finalmente, as vias corretas com 41 metros de largura com ciclofaixa para bicicletas, uma faixa de estacionamento e duas pistas de rolagem de cada lado do canteiro central, além das calçadas com 3 metros para pedestres.”
Na busca por melhorar esses problemas enfrentados no trânsito, a secretaria vem buscando alternativas. “Estamos projetando abertura e interligações de vias que não se conectam e não dão continuidade no fluxo, à exemplo da Rua 14 com Avenida Saburo Akamine. Uma das soluções para melhorar o tráfego seria adotar as famosas mãos inglesas, onde uma terceira via tipo acostamento é criada, podendo os veículos virarem para esquerda quando fecha o semáforo, como fizemos na Avenida 32 para a Avenida Saibreiro.”
Outra alternativa estudada pela pasta é a implementação de semáforos eletrônicos, temporizados em um padrão e design modernos. “Se não abrirmos as vias rápidas e seguras, num breve futuro vamos parecer com São Paulo, onde para percorrer alguns quilômetros levam-se horas. O futuro começa agora, precisamos projetá-lo e executar as ações no mais breve espaço de tempo”, conclui.
Por Vivian Guilherme / Fotos: Acervo do Arquivo Público e Histórico do Município de Rio Claro