A segurada rio-clarense Alessandra Muller há mais de dois anos enfrenta problemas de saúde e dificuldades financeiras porque não consegue receber benefício do INSS (Instituo Nacional do Seguro Social). Ela trabalhava como auxiliar de serviços gerais e está afastada do emprego há mais de dois anos, desde que foi diagnosticada com degeneração da coluna difusa.
Por conta disso, Alessandra sofre com dores contantes e fraqueza nos músculos e articulações, o que dificulta seus movimentos. Para aliviar os sintomas toma vários remédios por dia. Como seu trabalho (faxina e serviços do lar) exigia força e mobilidade, não conseguiu mais executá-lo. Desse modo, conseguiu afastamento e recebeu benefício por incapacidade do INSS por cerca de um ano, de junho de 2022 a abril de 2023.
No entanto, há cerca de um ano o benefício foi cortado e desde então ela luta para restabelecer o pagamento. Para tanto, entrou com processo na Justiça. No dia 28 de março ela passou por perícia médica no INSS e apresentou seus lados e exames médicos, porém teve o pedido indeferido, assim como fez o perito judicial em agosto de 2023, que também negou a solicitação do auxílio. O perito judicial concluiu que Alessandra tem “artropatia de coluna lombar de caráter degenerativo e não há incapacidade legalmente relevante” e, portanto, tem “capacidade para o trabalho”.
Segundo ela, o perito do INSS nem olhou os documentos. “Sinto muita dor e não posso fazer força. Os médicos olham somente por fora, sem saber como a gente realmente se sente”, desabafa Alessandra que passa por internações frequentes para tratar a dor. Ela já passou duas cirurgias: operou o túnel do carpo em janeiro de 2023 – lado direito – e em fevereiro de 2023 o lado esquerdo, e faz sessões regulares de fisioterapia e outros tratamentos para aliviar a dor.
Em nota enviada ao Diário pela assessoria de imprensa, o INSS “que há um agendamento de perícia médica para o próximo dia 16, em continuidade ao pedido de auxílio por incapacidade temporária feito por ela”. De acordo com o instituto, “a senhora Alessandra fez a solicitação do auxílio por análise documental (Atestmed), que é a inclusão da documentação no Meu INSS (aplicativo ou site gov.br/meuinss). Quando a solicitação pelo Atestmed é aprovada, o benefício é pago sem a realização de perícia médica. Já quando não é aprovada, como no caso do pedido da senhora Alessandra, é necessária a avaliação presencial pela perícia médica”.
O INSS informou ainda que também há outro pedido de benefício por incapacidade, indeferido pelo INSS no ano passado, que está aguardando julgamento pela Junta de Recursos, órgão ligado ao Ministério da Previdência Social.
Por Ednéia Silva / Foto: Arquivo Pessoal/Alessandra Muller