Foram 14 dias desesperadores para Nivaldo Vieira, de 45 anos, e toda família. Ele ficou internado durante este período no Hospital Santa Filomena em Rio Claro. Após, três dias num quarto isolado, oito na UTI com respirador e mais três no quarto novamente, Nivaldo passou para estatística positiva e agora faz parte dos 809 pacientes recuperados da doença em Rio Claro. Dias antes, recebeu a notícia que não gostaria, estava positivado, apresentava vários sintomas como tosse seca, dor de garganta, dor no corpo e febre. “O primeiro sintoma apareceu numa quarta-feira, fui para o hospital. Fizeram raio-X e exame de sangue que deu sugestivo para dengue. Fui medicado e em observação dos sintomas em casa. Na sexta-feira daquela semana, eu nem levantava mais da cama, fui carregado, chegando no hospital tiveram que me pegar de cadeira pra entrar no hospital. A doença ataca muito rápido”, relatou ao Diário do Rio Claro.
Segundo ele, ao chegar no hospital foi feita tomografia, o exame do cotonete e o de sangue para detectar a doença. “Já entraram também com a Ivermectina, Hidroxicloroquina, Azitromicina, injeções na barriga, diariamente, entre outros. Foi um coquetel durante os 14 dias”, disse.
Enquanto ele estava em tratamento e diante das incertezas dos próximos dias, do lado de fora a esposa tentava conter a preocupação, ao lado dos dois filhos do casal, o João e a Sofia. “Olha, foi Deus que me fez firme e forte, eles sabiam da internação, mas não contei a realidade dos fatos, eu quis poupá-los de sofrer, inclusive meus pais e os pais dele também”, contou a esposa Erika Cristina Stein Vieira.
O susto foi ainda maior em pensar que outras pessoas da família poderiam também estar com a doença. “Eu estava de quarentena porque eu e a Sofia também tivemos sintomas, então depois que ele foi pra UTI e perdemos o contato pelo celular ficou difícil, daí somente os médicos me ligavam eu não podia ir até lá. Foram dias de luta que jamais vou esquecer, mas Deus nos deu a vitória”, relatou.
Erika conta que mesmo em meio a tantos sentimentos procurou estudar e avaliar sobre a doença. “Nesse tempo todo fiz um estudo profundo de tudo que sentimos, os medicamentos usados e o protocolo que eles fazem, sobre nossa passagem pelo vírus e com base nas perguntas sobre o estado do meu esposo. Foi realmente uma grande experiência”, conta.
Nivaldo que é eletricista começou a retomar a vida normal, retornou às atividades de trabalho na sexta-feira (11). “Fico cansado muito fácil, mas a médica disse que o pulmão vai demorar um ano para recuperar, fiquei com uma fibrose no pulmão. Estou fazendo fisioterapia com o trabalho dos médicos Sem Fronteiras, fui convidado para participar deste programa”, relata.
Preocupado com outras pessoas, ele faz um alerta. “Se cuidem, não demorem para procurar o hospital se apresentarem sintomas, para que rapidamente seja tratado, assim como eu fui”, ressalta.
RENASCIMENTO
Ao receber alta, depois da comemoração no hospital ao lado dos profissionais da saúde, Nivaldo foi recebido em casa com outra celebração. “No dia 28 de julho ele comemora 46 anos, mas o recebemos com um bolo para agradecer e comemorar seu renascimento”, disse a esposa.
RECADO
Depois de passar por momentos difíceis, Nivaldo deixa o recado. “Vamos dar valor a coisas simples, como um suco de laranja ser o melhor suco que existe, um banho demorado, uma cama pra dormir, um sono bem gostoso. Olhar o céu e contemplar coisas que na correria do dia a dia não damos valor e à família. Isso não tem preço é o nosso bem mais valioso que existe.”
GRATIDÃO
Recuperado, Nivaldo faz questão de exaltar os sentimentos de carinho, gratidão e reconhecimento aos profissionais que se dedicaram aos cuidados durante o seu tratamento. “Graças a Deus e ao hospital, a Doutora Michele, demais médicos e enfermeiros que cuidaram de mim com tanto amor e carinho fui curado e pude voltar para casa. Receber essa notícia foi maravilhoso, sensação de alívio. Minha gratidão eterna por aqueles anjos que trabalham no Hospital Santa Filomena, à diretora Adenir Gomes e a todos minha eterna gratidão”, agradeceu.
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