Quem passar pela Rua 1 com a Avenida 1, e deixar a correria de lado, parando por um instante para observar o prédio histórico, verá também o relógio Italiano centenário, instalado no local em 1910 e que continua em pleno funcionamento, graças ao trabalho voluntário do aposentado João Bortolotti Filho, de 77 anos, e que há 17 faz a manutenção do equipamento com a lubrificação das engrenagens. “Faço a lubrificação e tem que dar corda toda semana. Eu peguei quebrado, então consertei por minha conta. Faço por amor, é um serviço voluntário”, relatou ao Diário do Rio Claro.
No último sábado (19), quando voluntários se uniam para pintar a antiga Estação, Bortolotti estava ali a observar a máquina que durante as décadas de ouro da Companhia Paulista marcava com pontualidade a chegada e partida dos trens e também auxiliava a população.
Bortolotti destaca que realiza também os serviços de manutenção nos relógios da Igreja Matriz de São João Batista e da Igreja da Santa Cruz. “É uma alegria ver funcionando e eu estar contribuindo”, disse ao Diário do Rio Claro.
“Um apito instalado na antiga SKOL que apitava meio dia e 18 horas era também uma referência de tempo. São todas questões que usavam para marcar o tempo, inclusive do trabalho, tempo de entrar na fábrica, do almoço, de sair. Os relógios nos espaços públicos surgiram com esse objetivo de marcar o tempo do trabalho na cidade. O da Estação, principalmente, era o que marcava o horário de pegar o trem e tinha uma precisão da chegada e partida dos vagões que era muito detalhada, mas com o passar do tempo e a modernização, a necessidade dos relógios nos prédios acabou em desuso”, destacou a superintendente do Arquivo Público de Rio Claro, Mônica Frandi Ferreira.
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação