O Natal é um dos grandes momentos do Cristianismo, uma vez que celebra-se o nascimento de Jesus Cristo.
Mas, por que o dia 25 de dezembro? A data foi estabelecida pela Igreja Católica no ano 350 (século IV), por intermédio do Papa Júlio I. Posteriormente, se tornaria feriado.
Na Bíblia, não é mencionado, com precisão, o dia em que Jesus veio ao mundo e, por esse motivo, quando do início, a celebração do Natal não estava dentre as tradições cristãs. Há estudos que garantem que Jesus nasceu em abril, e que a data teria sido instituída pelo Imperador Romano Constantino objetivando agradar os cristãos.
Embora milhões solenizem a data, há algumas denominações religiosas que não o fazem. As Testemunhas de Jeová, por exemplo, têm uma outra compreensão.
Rosana Archanjo Andretta, de 52 anos, é Testemunha de Jeová batizada há 37 anos. Ela afirma ser muito feliz e diz não sentir falta das comemorações e troca de presentes típica desta época. “Nunca senti, porque não temos data para fazer festa. Nos reunimos constantemente para recreações. Amo dar presentes e receber, mas sem esperar nada de ninguém. Sempre que possível reúno a família e amigos para uma refeição, um churrasco, um bolo gostoso e nos divertimos muito”, confidencia.
Rosana, mãe de três filhos, afirma que eles mesmo decidiram seguir a religião da mãe. Ela relembra que, desde crianças, fazia festinhas para eles, os presenteava, mas nunca em uma data específica.
“Por estudar a Bíblia e saber a origem do Natal, me ajudou a entender que quero fazer a vontade de Jeová e não a minha. Também vejo Jesus Cristo como um Rei empossado nos céus e que em breve reinará na Terra trazendo paz e alívio de todo o nosso sofrimento, e não como um bebezinho indefeso numa manjedoura. Acredito num mundo melhor de paz, segurança, saúde e felicidade, onde as pessoas irão morar numa terra transformada em um paraíso, assim como foi o propósito de Jeová desde a criação do Universo”, expõe.
O porquê de não comemorar
De acordo com Rosana, “Jesus nos mandou comemorar sua morte, não seu nascimento”. Ela explica que os apóstolos e os primeiros
discípulos de Jesus não comemoravam o Natal. E pondera que não existem provas de que Jesus tenha nascido em 25 de dezembro, já que a data de seu nascimento não foi registrada na Bíblia. “Nós acreditamos que o Natal não é aprovado por Deus, porque se origina de costumes e rituais pagãos ”, avalia.
Questiona-se a data, mas comemora-se
Já o Bispo Luiz Fernando Ferreira de Castro, de 34 anos, foi batizado na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (conhecida por muitos como Mórmon) em 2004.
Conforme ele, o Natal é uma época maravilhosa, “pois celebra-se o nascimento na carne do Mestre e Senhor de todo o Universo”. Para Castro, “esse momento foi grandemente aguardado e profetizado por milhares de membros fiéis da Igreja e seus respectivos líderes e profetas ao longo de milhares de anos”.
“Seu nascimento marcava o início de uma jornada de inigualável importância, que culminaria no derramamento de Seu sangue tão valioso, pagando o preço requerido pelos pecados e falhas humanas, e Sua ressurreição gloriosa, anunciando e convidando toda humanidade a se tornar perfeita como Ele se tornara”, explana.
Sobre o dia 25
Castro enfatiza que, “apesar de saber que Cristo provavelmente não nasceu em 25 de dezembro, a liderança da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias entende que, considerando que o mundo inteiro comemora esta data, e que nela se dissemina mais abundantemente o espírito de caridade, amor e união, não haveria problema em utilizá-la para falar, pregar e profetizar Cristo, principalmente sobre seu nascimento e a grandiosidade desse evento, considerando que Ele é O Senhor todos os dias do ano”.
O Bispo ajuíza que suas crenças sobre o Natal e os ensinamentos de seus líderes são iguais à maioria, pois creem ser a Bíblia também a palavra de Deus. “Acreditamos que Ele nasceu como um menino pobre, filho da Virgem Maria, num estábulo de Belém, uma cidade rochosa da Judeia.
Que foi visitado por pastores, que os anjos cantaram em júbilo ao seu nascimento e que uma nova estrela surgiu na noite de sua vinda, guiando sábios do Oriente que vieram a adorar o verdadeiro Deus dos judeus. Acreditamos que, mais de dois mil anos depois, o dia de Natal ainda produza um espírito de amor e união que abre corações e convida a buscar a luz do mundo, que é Cristo”, finaliza.