Os canudos de plástico, que apresentam múltiplos estilos, cores, formatos, designers, alcançaram gerações, estando presentes na vida de toda população.
Ao degustar uma bebida, é comum perguntar ao dono do estabelecimento onde estão os canudos, ou comprar produtos só para adquirir um canudo personalizado. A aquisição deste é comum e pouco se trata sobre sua utilização consciente, e de métodos que revejam seu consumo.
Assim, diante das abordagens recentes, tratadas na mídia nacional e mundial, no que concerne a este tema, nós o escolhemos nesta coluna com o objetivo de tratá-lo por um viés educativo, ambiental e reflexivo.
Por que iniciar pelos canudos?
Primeiramente, faz-se importante evidenciar que os canudos de plástico têm curtíssimo espaço de tempo de descarte (em frações de minutos), e um longo período para a sua decomposição na natureza, decorrente da sua composição plástica, que delonga em torno de mil anos. Sua produção contribui para o consumo de petróleo (fonte não renovável), acarretando impactos ambientais (poluição marinha devido ao lixo plástico).
A não fabricação deste material seria o método mais adequado de evitar impactos?
Vale evidenciar que os impactos não decorrem apenas da matéria-prima e dos processos de fabricação, mas, sobretudo, da prática do descarte em moldes inadequados e em lugares impróprios deste material após sua utilização – assim como todo material plástico. Nesse sentido, merece destaque a conscientização e a sensibilização da população sobre a coleta seletiva, em especial a reciclagem de produtos plásticos, incluindo os canudos, pois estes podem ser utilizados na confecção de outros produtos.
Outros países do mundo vêm se preocupando com os canudos plásticos?
Sim, diferentes países da Europa já trabalham com a hipótese de buscar fontes que promovam a substituição de materiais plásticos por biodegradáveis, elaborando iniciativas e campanhas que reduzam o consumo destes materiais plásticos, e normativas que proíbem sua distribuição de maneira gratuita. Na realidade, estes produtos não deixariam de ser fabricados, porém, serão produzidos com outros materiais ecológicos, sustentáveis, biodegradáveis.
E no Brasil, qual o andamento deste tema?
No país, se inicia um movimento no segmento comercial e da população em diminuir a utilização de canudos plásticos. O Rio de Janeiro – RJ foi a primeira cidade brasileira a adotar uma lei proibindo canudos plásticos descartáveis, sendo assim, só podem ser utilizados canudos de papel reciclado ou biodegradáveis. Outros municípios brasileiros também vêm adotando a criação e consolidação de leis punitivas sobre o tema, como São Paulo – SP, Santos – SP, Santa Maria – RS, entre outros. Santa Gertrudes, município vizinho, já tem projeto de lei aprovado, e Rio Claro tem projeto de lei em tramitação e caminha-se para a apreciação e aprovação final.
Apenas este material interfere na fauna marinha?
Pelo contrário, é errôneo dizer que apenas os canudos são responsáveis pela presença de lixo plástico na fauna marinha. Materiais como garrafas pets, embalagens, copos, e outros recipientes plásticos, também poluem os cursos de água, podendo ocasionar morte aos animais que vivem neste ambiente. No entanto, no caso dos canudos, por estes serem materiais que apresentam grande leveza, podem chegar aos ambientes aquáticos de forma mais acelerada, principalmente em praias, ou mesmo carregados de aterros sanitários pela ação da chuva, atingindo lençóis freáticos e acarretando na morte de espécies da fauna aquática.
Atualmente, quais alternativas para os canudos de plásticos?
Portanto, a melhor alternativa para os canudos plásticos continua sendo o seu descarte correto e a diminuição da sua utilização e consumo. Além disso, existem as possibilidades de adotar outros tipos de canudos confeccionados de materiais ecológicos, como os canudos de papel, menos nocivos ao meio ambiente e mais rápida a sua degradação. Existem também os de bambus, que são mais naturais e sustentáveis, e os confeccionados de materiais provenientes de fonte renovável, como os canudos de palha, mas os de papel ainda acabam sendo mais viáveis em termos econômicos, ambientais e devido à sua praticidade.
Por Eder Varussa