Reconciliação democrática
► Uma má gestão não pode ser comparada com a necropolítica. A intenção de eliminar ou marginalizar (ainda mais) centenas de milhares de pessoas, não pode ser considerada política pública. Não há governante de meia dúzia. Ou se é governante de todos ou não é governante de ninguém. Não dá para que caprichos e mágoas passadas, algumas até regadas com justificativas certeiras, coloquem o país à lona, de fato.
► O flerte fatal já gestou a serpente no colo dos paladinos do neocolonialismo. As diferenças que separam atores do mesmo espectro político, devem ser deixadas de lado para superarmos ou minimizarmos o risco real à democracia. Não é hora de mágoas…
► Poderia, eu, escrever milhares de parágrafos de erros, prepotência e falta de autocrítica de governos passados, ou tentar explicar alianças de agora que emergem das profundezas do Brasil, porém, “esperneadores” das doutrinas rígidas e puras, o momento é outro. É hora de separar o joio do trigo, de evitar que novamente sejamos dependentes da sorte divina. O tamanho do estrago que caprichos e birras poderão causar é inimaginável. Ainda não conhecemos o fundo do poço, estamos em queda livre…
► Isso posto, é preciso uma reconciliação do país com sua democracia, separar os líderes natos, os estadistas, a carniceiros. A discussão ideológica essencial, deve ficar num segundo plano, quem sabe fortalecer os pilares de um plano de governo que tire o país da miséria, do mapa da fome e do desemprego. O Brasil precisa ter como meta uma mudança cultural, mas esse processo precisa iniciar com prato de comida na mesa, escola digna e o ciclo virtuoso interrompido anos atrás.
► Porém, o hoje urge. É chegada a hora de nos unirmos para salvaguardar a democracia brasileira!
► Antonio Archangelo é gestor, pesquisador e professor.
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