Das batalhas de MCs de Rio Claro e região, o rapper Gabriel Okan deu um salto e lançou seu primeiro videoclipe. “Início” é o nome da segunda faixa de projeto pessoal do músico, que participa do grupo Máfia Fundão. O trabalho poder ser visto aqui e foi lançado na tarde dessa sexta-feira (27).
“Essa música que lancei é resultado de um processo que passei com a gravação do primeiro disco do Máfia Fundão, que está em finalização. Eu comecei a ficar ansioso, tive que procurar ajuda profissional, fazer terapia.
Começou a virar uma coisa mais séria. Então, escrevi a música quando estava começando a me sentir melhor. Comecei a escrever sobre o início do fim da ansiedade”, diz.
De acordo com o rapper, a música é positiva e apresenta alternativas para quem sofre de problemas de ansiedade e depressão a continuar seguindo em frente. “Percebi que se trata de um problema que pode acontecer com qualquer um, que chega silenciosamente. E se não cuidar, destrói de vez”, comenta.
PROFISSÃO RAPPER
O canal do YouTube do projeto pessoal do artista também conta com a música “Nota em Dinheiro”. “A letra fala sobre tirar esse lance de criminalização do rap. Quero que as pessoas possam encarar como uma profissão. Não é tão fácil como as pessoas pensam, pois precisa de todo um estudo. Mas é um trabalho que gera dinheiro, renda”, comenta.
COMEÇO
Com apenas 20 anos de idade, Okan mostra com seu modelo de trabalho que o rap, de fato, é compromisso, como disse Sabotage um ano depois do músico de Rio Claro nascer, em 2000.
Tudo começou nas viagens de ônibus para a escola, ainda no início da adolescência. “Tem sempre a turma do fundão, que vivia fazendo rima. E eu sempre morria de medo, porque era pequeno, menor do que sou hoje. Eu já andava de skate e morava no Palmeiras. Então, o Daniel decidiu me ensinar”, conta ao destacar a importância de Daniel Baltazar, que Okan considera o melhor MC do Brasil.
“Ele parou, infelizmente, mas me ensinou a estrutura da rima, tom, parte da técnica. Criou também as batalhas em Rio Claro, ou seja, ele plantou a semente. Todo MC de Rio Claro conhece Baltazar. Foi um cara muito importante para a cultura”, frisa.
Na família, Okan também encontrou influência para a música negra. “Tive dois primos que, depois de muito tempo, fui descobrir que participaram do movimento. Então, fui buscar a história do rap, hip hop”, comenta.
VISÃO
A amizade é matéria-prima para qualquer atividade. A citação adaptada da frase do cineasta brasileiro Rogério Sganzerla se adequa ao comprometimento de Okan e seus comparsas de música.
Antes de enveredarem na criação do grupo de rap Máfia Fundão, Okan, Akin e DJ Fael decidiram montar uma produtora. O objetivo era simples: abrir espaço para a música negra e, sobretudo, o rap. Para isso, não se furtaram aos estudos. Okan ingressou em um curso superior de administração, que já finalizou, enquanto Akin fez faculdade de design gráfico. “Eu fiz administração porque queria conduzir essa produtora.
O rap foi uma coisa que motivou a gente a continuar estudando”, completa.
A produtora acabou não saindo do papel, mas os músicos viram na criação do grupo Máfia Fundão uma forma de reunirem suas influência e conhecimentos para produzir um disco autoral. “Quando a gente acha que sabe tudo, é preciso sempre estudar mais”, observa.
MÁFIA FUNDÃO
Formada pelos MCs Okan e Okin e o DJ Fael, o grupo finaliza seu primeiro disco, que terá 13 faixas , denominado Rotinas, Anseios e Propósitos. Okan adianta que mesmo com diversas influências de música negra, que passam de Arlindo Cruz, Sabotage, J. Cole, Xande de Pilares e Emicida, a base do Máfia é Wu-Tang Clan. “Em breve, o disco será lançado e começaremos a formar uma agenda de apresentações”, adianta.
Música negra.
Videoclipe “Início” é parte do projeto pessoal do rapper Gabriel Okan, que integra o grupo de rap Máfia Fundão. A faixa está disponível aqui.