Ele tinha apenas 11 anos quando decidiu e teve certeza do que queria para sua vida. Já respirava arte e conseguia entender todo o universo. Foi aí que comunicou sua mãe: “Quero fazer ballet”. A decisão, claro, pegou de surpresa, porém o sonho falou mais alto e, em pouco tempo, estava ele estudando em uma escola de dança, onde recebeu bolsa. A presença masculina na dança ainda é pequena nos dias de hoje, agora, imagine no passado. Dessa forma, encontrar um talento masculina não era tão fácil assim. Mas o próprio Rafael Vicente de Paula acreditou em seu potencial e foi à luta. “Eu percebi que realmente tinha talento e poderia levar à frente esse trabalho com a dança, quando ganhei medalha de ouro em um dos maiores festivais do Brasil. As portas se abriram para mim a partir do momento em que eu fui fazer um curso de férias em São Paulo e, logo, já surgiu a oportunidade de ingressar numa companhia jovem dentro de uma das maiores escolas de São Paulo, que se chama especial Academia de Ballet”, destaca.
Ao longo da carreira, segue estudando e aperfeiçoando a arte da dança. Foi e é um dos principais nomes em Rio Claro. Depois de se destacar nos palcos como bailarino, aos 39 anos, Rafael de Paula atua como professor, bailarino e coreógrafo. Em sua trajetória, carrega inúmeros momentos marcantes. “Minhas principais conquistas no ramo e no mercado de dança foram: ter conseguido me destacar entre tantos profissionais bons numa realidade de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasil; e ter sido medalhista nos principais festivais do Brasil, como Joinville, Passo de Arte, Seminário de Brasília. Também fui representante das maiores marcas do segmento no Brasil, isso também me fez abrir os olhos para meu talento, pela importância da renomada marca. Hoje, a minha maior conquista é realmente ter conseguido construir esse projeto que sempre foi sempre foi um sonho, uma meta para mim e que foi concretizada”, destaca Rafael.
O profissional se divide no trabalho com o Grupo De Paula e Projeto Social de Dança, além das aulas em escolas da região, com uma rotina bem intensa. Porém, devido ao isolamento social, também teve que se reinventar. “Quando tudo foi decretado com a proibição da abertura das escolas, já foi pensado de imediato, e as escolas aderiram ao formato das aulas online para que o aluno não fique ocioso e continue mantendo o trabalho, que é desenvolvido em sala. Hoje, faço isso não só com as escolas que trabalho pela região, mas também com o projeto, onde assumi as turmas para que não fiquem sem o conhecimento. Além de aulas particulares com alunos de algumas cidades. Foi necessária a adequação”, avalia.
Entre os planos para o futuro, o coreógrafo atua para o crescimento do Projeto Social e o Grupo De Paula. “Espero que um dia eu consiga realmente oferecer e proporcionar todas as condições necessárias para a formação de um bailarino desde professores, uniformes enfim todas as necessidades exigidas para que eu possa ter a formação deles. Essa é uma busca, além de uma escola de dança vinculada com esse projeto. Pretendo também ainda ter uma oportunidade internacional, para conhecimento, para estudo, para análise”, planeja.
Muitas experiências, momentos importantes, determinação, planejamentos, criação, assim o coreógrafo administra sua carreira, sem esquecer de uma reflexão muito significativa para ele. “A crítica mais construtiva que eu tive dentro da dança foi a frase: Você não define um bailarino no palco e sim fora dele”, relembra.
Depois de 27 anos de carreira, Rafael não se arrepende de um só dia dedicado para a missão que foi destinado. “A dança na minha vida, representa a minha maior verdade. Representa o que realmente sou”, finaliza.
Foto: Divulgação