Em tempos de pandemia e quarentena a população vem enfrentando diversos desafios e mudanças. Uma delas são as alterações nas relações de trabalho, que englobam novos formatos de contrato e adesão ao trabalho home office. Segundo o diretor executivo da Infobase e coordenador do MBA em marketing, inteligência de negócios digitais da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Miceli, o modelo de trabalho será impactado e o número de empresas que pretendem adotar o home office após a crise deve crescer 30%.
“Nosso entendimento é que, logo após a abertura, algumas empresas ainda vão precisar manter o home office por uma questão da recomendação de distanciamento social, não do isolamento social como a gente vive hoje, mas, quando as empresas voltarem, vão voltar com áreas de refeitório fechadas, com demanda de espaço entre os funcionários que vai impedir que todo mundo volte ao mesmo tempo”, disse Miceli. “Na sequência, quando tudo estiver aberto e pronto para voltar a ser, em tese, o que era antes, é que a gente espera esse aumento de 30% nas empresas brasileiras, fazendo pelo menos um dia de home office depois que a pandemia acabar”, acrescentou.
CONTRATOS
Segundo os contadores Cesar Eduardo Vieira e Karina Helena Lamaro Sarti Vieira, a quarentena provocou mudanças na Legislação Trabalhista e Mecanismos Constitucionais foram acionados, como prevê a Constituição de 1988 em casos de acidentes naturais, pandemias e outras calamidades. “A relação de trabalho foi preservada para ambas as partes, o governo brasileiro realizou adaptações positivas resguardando os direitos já adquiridos dos trabalhadores e preservando as empresas”, esclarecem os contadores da Sarti Contabilidade, que esclarecem ainda que entre as medidas estão: “redução na carga horária de trabalho, suspensão temporária de contrato de trabalho, no qual neste o governo assumiu a folha de pagamento das empresas durante esse período da pandemia, permitindo as empresas se adaptarem a nova realidade perante o coronavírus (MP 936/2020)”.
Para os contadores, o home office e a terceirização são uma nova tendência para o mercado e vieram somar às relações de trabalho. “Toda nova proposta e forma de trabalho é benvinda, fortalece o mercado, abre novas oportunidades, gera menos custos para ambas as partes”, comentam. Como exemplo, Cesar e Karina citam a virtualização de várias áreas, com o trabalhador podendo acessar um servidor e trabalhar remotamente de qualquer parte do globo. “Sem dizer que o trabalhador é livre para prestar serviços para um maio número de pessoas e, nos casos de comércio e indústrias, as empresas passaram a vender pela internet, diminuído seus custos em diversas áreas. O termo em referência usado é liberdade econômica”, apontam.
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