A Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente (SIMA) e Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) receberam no último dia 14 um relatório sobre qualidade do ar no município de Santa Gertrudes, elaborado pelo Instituto de Geociências da Unesp de Rio Claro, a pedido Aspacer – Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento.
O documento é uma investigação científica das atividades do município de Santa Gertrudes e da dinâmica regional que impactam no meio ambiente, principalmente na qualidade do ar.
O estudo é da geóloga e professora do IGCE da Unesp Cibele Montibeller, que teve início há dois anos, após uma solicitação da Aspacer, que há alguns anos se empenha em reduzir os impactos da atividade ceramista na região.
Com o uso de filtros e sensores, a pesquisadora mapeou a concentração de elementos existentes na composição do ar da região.
“Nós estamos preocupados com os moradores e a imagem do setor produtivo na região. Estamos todos com o mesmo propósito de minimizar o impacto ao meio ambiente”, afirma o secretário executivo da SIMA, Luiz Ricardo Santoro.
“Estamos trabalhando nacionalmente a questão da qualidade do ar. Temos interesses na parceria com as universidades. Buscamos medidas para exportar tecnologia para todo o país”, revela o subsecretário de Meio Ambiente, Eduardo Trani.
“O objetivo da Cetesb é combater problemas e, sem a academia, a Companhia não tem vida”, disse o diretor da Cetesb, Carlos Roberto dos Santos, ressaltando a importância da parceria entre poder público, iniciativa privada e universidades, em busca de soluções.
“No passado, o empresariado não tinha esse entendimento de tratar os problemas ambientais de forma sistêmica, como parte do processo de produção. O convênio com a Unesp partiu dessa necessidade”, avalia Benjamin Ferreira Neto, conselheiro administrativo da entidade.
“A preocupação com a qualidade do ar incomoda a todos e principalmente o setor. Nós queremos entender o processo e resolver os problemas, temos consciência de que muitas das nossas ações ainda não estão tendo o impacto positivo. Nós também moramos lá e não somos acomodados”, salienta Almir Guilherme, diretor executivo da Aspacer.
“Para a academia, é uma oportunidade muito rica de trabalho e diálogo”, concluiu o professor José Alexandre Perinotto, também diretor do IGCE da Unesp de Rio Claro.
Além da entrega do relatório da pesquisa ambiental, a diretoria da Aspacer protocolou um documento solicitando a apreciação da SIMA e da Cetesb de novas propostas para minimizar os impactos ambientais.
Participaram ainda da reunião de trabalho Lucia Guardani e Maria da Penha Alencar, gerentes da Cetesb; Carlos Lothar, da SIMA; o diretor de relações governamentais e institucionais da Aspacer, Luís Fernando Quilici; o engenheiro Artur Siqueira; além dos professores Antenor Zanardo e Guillermo Navarro, da Unesp.