Os plásticos que são reutilizados ou reciclados são uma mínima porcentagem, o restante são simplesmente jogados “fora”, ou seja, dentro do planeta Terra, onde todos estamos. Se não for reciclado ou direcionado para o aterro sanitário, o oceano é que recebe esse material.
Todo ano é estimado algo em torno de 25 milhões de toneladas de lixo depositados nos oceanos. Cerca de 60% a 80% de todo o lixo depositado no mar é plástico, segundo a ONU, sendo um dos lugares mais problemáticos, o grupo do Pacífico Norte que é uma grande corrente marítima formada pelos ventos e marés, convertendo a grande maioria desse material que é jogado no mar. Também no giro subtropical do Atlântico Norte, o mesmo acontece no oceano Atlântico e em outras regiões do globo.
A ONU destacou entre os grandes desafios ambientais, o plástico o maior deles. Um continente de plástico está sendo produzido sendo que haverá mais plástico do que peixes nos oceanos, segundo estimativas até 2050.
O plástico não se degrada como os materiais orgânicos, ou seja, aquela garrafa PET, mesmo após seu descarte continuará existindo em média mais de 400 anos. Outro fato a destacar é que 44% das aves marinhas e 22% dos cetáceos (como as baleias) têm pedaços de plásticos em seus tratos digestivos quando encontrados na praia. Por quilômetro quadrado chega-se a flutuar 46.000 peças de plástico.
Dentro e fora dos oceanos o lixo produzido afeta toda a fauna, incluindo espécies de tartarugas marinhas, inúmeros animais em extinção e também os peixes que compõem a refeição do ser humano.
Podemos dizer, então, que temos plástico em nosso corpo? A resposta é positiva, estudo apresentado no 26º Congresso Europeu de Gastroenterologia em Viena, mostrou que o ser humano está ingerindo 9 tipos de plásticos diferentes, regularmente, sem nem imaginar a proporção do problema.
Cientistas da universidade de medicina de Viena e da Agência de Meio Ambiente da Áustria, monitoraram um grupo de participantes de outros países diferentes e todas as fezes coletadas nos mais diversos pontos do planeta, continham microplásticos, que absorvem substâncias altamente tóxicas e venenosas como o mercúrio, o que é ainda pior. Um ponto a destacar é que muitas das que participaram da pesquisa não consumiam peixes ou frutos do mar, mas também estavam expostos ao material através do consumo de alimentos embrulhados ou pelo fato simples de beberem em recipientes plásticos vários líquidos.
A solução para um problema tão complexo e urgente tem que envolver diversas pessoas físicas, jurídicas, e também o poder público, pois são mais de 7 bilhões de pessoas no mundo usufruindo, dia após dia, dos recursos naturais da Terra.
Algumas dicas de medidas para reduzir o consumo diário de plástico são as seguintes: carregar sacolas retornáveis quando for às compras; adotar um carrinho de feira, evitar embalagem excessiva de alimentos, usar garrafa de alumínio para tomar água, dizer não aos canudos plásticos, dizer não aos talheres e copos descartáveis, reciclar todo o material plástico que utilizar em casa, utilizar potes de vidro, escolher materiais de descarte biodegradáveis, recusar tudo que não é possível reciclar ou reutilizar.
Acima de tudo, se puder, não compre plástico descartável, faça sua parte: recicle e reutilize. O meio ambiente e a vida agradecem.