De acordo com relatório apresentado pela secretária de Saúde, Maria Clélia Bauer, em audiência pública na Câmara na última segunda-feira (23), o Pronto Socorro Municipal Integrado (PSMI) registrou no segundo quadrimestre deste ano 57 óbitos.
O mês que teve maior número de baixas foi junho, que registrou 20 óbitos. O mês de agosto apresentou melhor resultado e apenas seis pacientes perderam a vida.
O relatório aponta ainda que nos quatro meses analisados, 1.047 aguardaram vagas, enquanto somente 423 foram internados.
CUSTO
O PSMI teve custo nos meses de maio, junho, julho e agosto no valor de R$ 6.139.510,00. O montante, em comparação com outros serviços de urgência e emergência, foi o maior. A UPA da 29, por exemplo, custou aos cofres R$ 5.925.960, enquanto a UPA do Cervezão teve custo de R$ 5.874.630,00.
PRODUTIVIDADE
A produtividade do PSMI foi de apenas 3.989 atendimentos. O custo médio por cada atendimento no período foi de R$ 1.539.11, conforme apresentado no documento.
Já os procedimentos realizados foram 3.661. O custo de cada procedimento, que inclui, por exemplo, clínica geral e ortopedia, foi de R$ 1.677,00.
COMPARAÇÃO
O PSMI é o serviço mais caro e com o menor número de atendimentos, conforme aponta o relatório. Em seguida aparece a UPA da 29, que surge em segundo lugar no ranking dos mais caros e realizou 46.542 atendimentos. Por fim, aparece a UPA do Cervezão, que mesmo figurando com recursos inferiores aos outros dois serviços, registrou 54.023 atendimentos e lidera no quesito produtividade.
MUDANÇA
No dia 9 de setembro deste ano, a secretaria de Saúde anunciou a troca do quadro de médicos que atuavam no PSMI. Os profissionais foram designados, conforme a informação oficial, para os locais originários no concurso. Com isso, eles passaram a atender as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do Cervezão e do Bairro do Estádio.
No local, foi contratada, em regime de urgência, conforme afirmou a secretária Maria Clélia, a empresa Rocio Saúde Ltda., que oferece médicos plantonistas. A mudança, conforme explicou a secretária, vai representar economia de R$ 1,6 milhão por ano, somente no PSMI.
A mudança, conforme informou o poder público na época, também foi decorrente aos salários de médicos que ultrapassavam os R$ 100 mil por mês. O Centenário fez reportagens sobre o assunto e sobre a determinação do Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado para a regularização das horas extras que ultrapassavam o teto constitucional.
QUESTIONAMENTO
Na audiência pública, a direção do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindmuni) questionou a contratação da empresa em regime de urgência e enfatizou que ela foi registrada junto à Junta Comercial do Estado de S. Paulo (Jucesp) somente em janeiro deste ano, colocando em dúvida a idoneidade da contratada. A secretária disponibilizou os contratos ao sindicato, mas não respondeu aos questionamentos.