O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) foi um dos temas abordados no programa Diário de Manhã da última sexta-feira (31). Maria Angela Tavares de Lima conversou com a psicopedagoga Luciana Moita que destacou a importância do acompanhamento multidisciplinar para pessoas diagnosticadas com TDAH e TEA (Transtorno do Espectro Autista), e fez um alerta para a exposição excessiva das crianças às telas.
De acordo com o Ministério da Saúde, o TDAH “é um transtorno neurobiológico de causas genéticas, caracterizado por sintomas como falta de atenção, inquietação e impulsividade. Aparece na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a vida”. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) estimam que o transtorno acomete 3% da população mundial.
Conforme a pasta, o TDAH deve ser tratado de modo múltiplo, combinando medicamentos, psicoterapia e fonoaudiologia (quando houver também transtornos de fala e ou de escrita). A psicopedagoga Luciana Moita atua nessa área prestando atendimento a crianças, adultos e idosos.
“A psicopedagogia é uma área interdisciplinar entre a saúde e a educação, que transita pela neurociência para ajudar as pessoas a minimizarem os problemas de aprendizagem”, explica Luciana. “A psicopedagogia trabalha com qualquer idade. As pessoas, através da queixa, relatam seus problemas. Fazemos uma avaliação e encaminhamos para os especialistas quando é apontada hipótese de TDAH”, informa.
A psicopedagogia não faz diagnóstico, nem emite laudos, e sim levanta hipóteses de possível transtorno através da realização de testes padronizados, normatizados, quantificados ou qualificados. “Levantamos as hipóteses e indicamos para os especialistas. No caso do TDAH, é o neurologista que vai diagnosticar. Após essa primeira fase, a pessoa retorna e fazemos a intervenção para ajudá-la nessas dificuldades. Se ela tem TDAH, vamos trabalhar a atenção, concentração, memória de trabalho, tudo que vai facilitar a vida dela e minimizar seus problemas e dificuldades”.
Além dos transtornos, Luciana observa que as dificuldades de aprendizagem das crianças ainda têm reflexos da pandemia de Covid-19. “As crianças estão atrasadas dois anos. As dificuldades aprendizagem interfere na escrita, na leitura e na abordagem de interpretação oral. A criança não consegue identificar o que o professor quer. Então a psicopedagogia ajuda na leitura, escrita e interpretação de texto”.
A profissional comenta que hoje tem uma grande demanda para atendimento de pessoas com autismo. Luciana ressaltou ainda a importância do cuidado ao fazer o diagnóstico do TEA. “Muitas vezes a pessoa é diagnosticada com TEA e não tem o transtorno. É um transtorno muito complexo para ser diagnosticado porque nem tudo é TEA”, alerta.
Segundo ela, tanto TEA quanto TDAH, o que vai ajudar e aliviar os sintomas são rotina, medicamento, acompanhamento médico e do psicopedagogo. “O transtorno é neurobiológico e a pessoa precisa do tratamento medicamentoso para regular as emoções, a rotina, assim ela vai conseguir se concentrar melhor e realizar suas atividades”, destaca Luciana.
Outra preocupação da profissional é quanto a exposição excessiva das crianças a telas de aparelhos eletrônicos, o que também pode causar déficit de aprendizagem. “As crianças estão deixando de ler, estudar, prestar atenção, brincar, socializar e compreender o mundo”, alerta.
A entrevista de Luciana Moita ao programa Diário de Manhã pode ser conferida, na íntegra, pelo https://www.youtube.com/watch?v=5d0uMGw4Yy0. O programa vai ao ar de segunda a sexta-feira, das 8 às 9h30, com transmissão ao vivo pelo Facebook e YouTube do Diário do Rio Claro.
Por Ednéia Silva / Foto: Frame de Vídeo