Em nota encaminhada ao Centenário, o diretor do Instituto de Geociências e Ciências Exatas (IGCE), da Unesp, professor doutor José Alexandre Perinotto, ressaltou parceria realizada entre a instituição de ensino e a Associação Paulista das Cerâmicas de Revestimento (Aspacer) para buscar soluções para o problema dos particulados (poeira) na atmosfera na região do polo cerâmico de Santa Gertrudes.
Ele ressaltou atividade que aconteceu na segunda-feira (7), no próprio IGCE, na qual a professora doutora Meyre Oliveira fez apresentação do projeto “Modelo de gestão para a qualidade no ar na região do polo cerâmico de Santa Gertrudes PCSG-SP”. Estiveram na reunião o diretor executivo da Aspacer, Almir Guilherme, o diretor e vice do IGCE, José Alexandre J. Perinotto e Edson Denis Leonel, além dos professores doutores Sebastião Gomes de Carvalho, Antenor Zanardo (ambos do departamento de Petrologia e Metalogenia) e Anderson L.H.Christofoletti (do departamento de geografia).
Ao Diário do Rio Claro, Perinotto explicou que a parceria com a Aspacer ocorreu de maneira natural, já que o instituto mantém um grupo de pesquisa de qualidade em cerâmica, que é vinculado ao departamento de Petrologia e Metalogenia. “Já é desenvolvido um trabalho no setor há anos, por meio do professor Antenor Zanardo. E por conta da coleta de dados, sempre manteve contato do setor cerâmico, o que gerou parcerias com algumas cerâmicas. Daí para a parceria com a Aspacer foi um passo”, explicou.
CONVÊNIO
O diretor do IGCE destacou ainda que foi realizado um convênio entre a Aspacer e a universidade para buscar soluções para o problema da poeira da região, provocado pelas estradas vicinais não pavimentadas. “O grande vilão são as estradas vicinais por onde circulam os caminhões, seja do setor sucroalcooleiro ou do cerâmico”, reforça.
O professor destaca que a pesquisa não irá somente quantificar o material particulado provocado pelo tráfego de caminhões nessas estradas sem pavimento, mas também qualificar os tipos de poluição e apresentar a procedência desses particulados. “Serão realizadas análises químicas finas para compreender melhor”, enfatiza.
ECONOMIA
O professor esclarece que Rio Claro e região estão localizadas em uma área que tem como importante fonte econômica a extração de minérios naturais. “Somos um município rico em minerais, que produzem renda, emprego, entre outros. Mas existem modos de extrair recursos e diminuir as consequências negativas. E com essa iniciativa do setor privado, na figura da Aspacer com a Unesp, todos vão ganhar”, pontua.
“Com os resultados, espera-se que a região possa se desenvolver ainda mais, mitigando os problemas da qualidade do ar e melhorando a vida de todos os cidadãos”, finaliza.
ASPACER
No dia 23 de dezembro de 2018, o Centenário publicou entrevista com a direção da Aspacer. Na ocasião, foi apresentada a parceria com a Unesp e também com uma start up da USP, ambas com a finalidade de buscar as reais causas da poluição do ar. “Fizemos um convênio com a Unesp e, recentemente, outro com a USP para entendermos a causa do problema para trabalharmos no sentido de sua solução”, disse o então presidente da Aspacer, Benjamin Ferreira Neto ao afirmar que já nos primeiros estudos foi constatado que o problema é de solo e não da extração de argila.