Profissionais de vários segmentos declaram ao Diário como é estar à frente do trabalho enquanto a maioria da população está se divertindo.
Nem para todo mundo a virada do ano é sinônimo de festas. Enquanto a maioria comemora com muita comida e bebida, outros estão a postos, ou melhor, em seu posto de trabalho. São profissões que não param. Por exemplo, na área da saúde, segurança, alimentação, entretenimento, trânsito, ou seja, muita gente trabalhando.
A policial militar Cabo Paula sabe muito bem o que é isso. Há 14 anos na profissão, são várias datas que não pode estar presente nas comemorações. “Não é uma tarefa fácil deixar nossos familiares queridos em casa numa data comemorativa para assumir nosso trabalho em prol da sociedade. Às vezes o filho chora e não compreende por que não pode ter todos reunidos em datas tão especiais”, declarou.
Porém, a PM deixa claro que ao escolher a carreira estava preparada e consciente do seu papel, portanto, está sempre pronta para a missão. “Ao ingressar na Polícia Militar, temos consciência do nosso comprometimento em servir e proteger a sociedade paulista e o quanto nosso trabalho é importante, principalmente em datas como estas, para garantir a segurança e a ordem pública. No final do expediente, quando tudo corre bem, é gratificante voltar para família com a sensação de dever cumprido”, completou.
Há quase 11 anos no setor de segurança também está a Guarda Civil Municipal Eliete, que diz já encarar com naturalidade. “Depois de tanto tempo, já não vejo com tanto prejuízo não estar com a família para proteger a sociedade. Eu vejo como uma honra trabalhar nestas situações, embora seja muito trabalho. A noite é muita agitada com muitas ocorrências, desde perturbação do sossego, que é a maioria, até brigas, embriaguez ao volante. Nessas noites as ocorrências variam demais. Tem as situações que gostaria de estar com a família, sim, mas a gente acostuma e a família já sabe que ou Natal ou Ano Novo não vou poder estar junto.”
Pelos corredores e salas de hospitais, inclusive, em datas comemorativas está o Técnico de Tomografia Daniel Paukoski. E lá se vão 15 anos entre exames, diagnósticos, pessoas feridas, com graves problemas de saúde e até mesmo mortes. Assim, ele segue na profissão, driblando emoções e a distância de amigos e familiares quando o assunto é trabalho. “Foi a área que escolhi e não para, temos sempre que estar com disposição de fazer da melhor forma nosso papel, priorizando o bem-estar do paciente”, declara.
Ele já perdeu as contas de quantas comemorações não pode estar presente, passando no exercício da função, num local onde praticamente ninguém gostaria de estar: no hospital. “Bom, para mim virou rotina. Claro que a gente pensa na família, porém, é gratificante ajudar, salvar vidas ou saber que fazemos nossa parte para ajudar o próximo num momento de dor ou preocupação, que é a espera do resultado de exames”, afirmou.
E quando o assunto é alegria e comemorações, música não pode faltar para completar a festa. Artistas consideram a data importante para mostrar o trabalho, fechar o ano e iniciar o outro com pé direito, quem sabe garantindo uma agenda cheia. A dupla sertaneja de Rio Claro Matos e Felipe, com vários shows pela cidade, também não reclama.
Os irmãos, que cantam juntos há 6 anos, são bem resolvidos com a situação de conciliar a distância de amigos e familiares em nome do sonho. “Amamos o que fazemos, levar alegria, contagiar o público. Levamos a sério o nosso trabalho, mas dá para interagir e se divertir também com as pessoas que acompanham a dupla. Nossa família sabe do nosso objetivo e por isso nos apoia em todos os momentos, como estar longe em datas festivas”, disse Matos.