“Este mês de novembro, caracterizado pela cor azul (Novembro Azul), vem sendo um importante marco na prevenção e diagnóstico precoce do câncer de próstata. Estudo mostram que, neste ano, em torno de 68 mil novos casos de câncer de próstata serão diagnosticados e que diariamente 42 pessoas do sexo masculino falecem devido a esta patologia.”
Quem explana e informa é o médico Alexander R. Salem, urologista que, novamente, atendeu a reportagem do Diário do Rio Claro, desta vez para discorrer sobre tão relevante assunto. Salem expõe outro importante fato e, ao mesmo tempo, assustador: cerca de 68% dos homens brasileiros nunca se submeteram ao exame preventivo do câncer de próstata.
De acordo com o profissional, o procedimento em questão deve ser iniciado aos 50 anos de idade, salvo alguns casos, como os homens da raça negra, homens com histórico de parentes de primeiro grau (pai ou irmão) e pacientes obesos – estes, devem iniciar aos 45 anos. Quanto à próstata, Salem explica que se trata de uma glândula localizada abaixo da bexiga, do tamanho aproximado de uma noz, cuja função seria alimentar e auxiliar no transporte dos espermatozóides.
“Estamos sempre salientando que o câncer de próstata, em seu estágio inicial, não causa sintomas e este é o momento ideal de fazer o diagnóstico, pois quando diagnosticado no início, a cura total, sem necessidade de tratamentos complementares, chega a 90%”, enfatiza O médico diz que é importante frisar que existe uma patologia que provoca o aumento do tamanho prostático e, como a próstata está em íntimo contato com a uretra (canal urinário), o seu crescimento em demasia pode provocar sintomas como jato urinário fraco, sensação de não esvaziamento da bexiga, levantar mais do que três vezes durante a noite, sangramento urinário e dor óssea, principalmente na região das costas (sinal de doença em estágio avançado).
“Somente seu urologista pode, através de exames, fazer a diferenciação, ou seja, se a patologia é benigna (aumento de próstata) ou maligna (câncer de próstata). O exame preventivo é realizado através de um histórico médico detalhado, exame físico (toque retal) e exame de sangue (PSA – antígeno prostático específico)”, alerta.
O urologista afiança que, no exame físico (toque retal), será analisado o tamanho da próstata e a eventual presença de nódulo prostático, que pode ser benigno ou maligno. “Para chegarmos ao diagnóstico de câncer de próstata, devemos solicitar a biópsia prostática e, se positiva, iniciarmos o tratamento adequado.
Em relação ao exame de sangue (PSA), ele nos auxilia no diagnóstico da patologia em cerca de 80% dos casos, porém, outras patologias podem provocar alterações no PSA, como prostatite (infecção da próstata) e aumento do tamanho prostático. Aqui reforço que o urologista é o profissional mais capacitado para fazer este diagnóstico diferencial”, orienta.
No que diz respeito ao tratamento, depende, de acordo com ele, do tamanho do tumor e de sua agressividade (grau de malignidade), assim como da idade do paciente. Salem ressalta que a decisão sobre a forma de tratamento a ser instituída deve ser compartilhada entre o médico e o paciente. Segundo ele, pode-se dividir as formas de tratamento entre cirúrgica (retirada da próstata) ou clínico (radioterapia, hormonioterapia, uso de medicamentos).
O especialista faz menção ainda a uma outra alternativa. “Outra forma de abordagem usada atualmente é que, se o tumor tiver um comportamento menos agressivo ou dependendo da idade do paciente, podemos optar apenas por acompanhamento clínico.”
Por fim, assevera: “Visite seu urologista anualmente a partir dos 50 anos, cultive hábitos alimentares saudáveis e pratique exercícios regularmente. Assim, você estará contribuindo para uma menor incidência desta patologia. Homem que se cuida, tem atitude. Inicie a sua neste Novembro Azul.”