A vereadora Maria do Carmo Guilherme (MDB) relatou na sessão da segunda-feira (21) que uma médica que atende na Unidade de Saúde da Família (USF) do Boa Vista não retornará das férias. “Ela está saindo e não retorna. E vamos ficar sem nada lá”, atentou a parlamentar.
A profissional é do programa do governo federal Mais Médicos, que em novembro de 2018, por declarações hostis do presidente Jair Bolsonaro (PSL), perdeu a adesão do governo cubano e, consequentemente, milhares de médicos daquele país.
Ainda em dezembro de 2018, novos médicos, desta vez brasileiros, foram designados a Rio Claro pelo programa federal. Contudo, menos de um anos depois, já há uma desistência.
PREFEITURA
A assessoria da prefeitura confirmou que um dos profissionais do programa está de férias e desistiu de continuar atendendo a rede pública. “Já solicitou desligamento e não retornará ao expediente na rede municipal de saúde rio-clarense”, informou.
De acordo com a informação do poder municipal, além da profissional que pediu desligamento, outros cinco médicos continuam o atendimento da rede pelo programa.
DEPENDÊNCIA
Questionada se já solicitou novo profissional para suprir a demanda municipal, a assessoria informou que depende do governo federal. “A disponibilização desses profissionais depende do Ministério da Saúde que, neste momento, está redefinindo o programa e os critérios para envio de médicos a municípios de todo o Brasil”, esclarece.
MAIS MÉDICOS
No portal do Mais Médicos, o Mapa de Atuação disponibilizado pelo governo federal informa que Rio Claro aderiu ao programa e que possui apenas quatro profissionais atuando na rede, diferente do que foi declarado pela prefeitura.
ENTENDA
No dia 16 de novembro de 2018, o Ministério da Saúde Pública (Minsap) de Cuba anunciou a retirada dos médicos do programa Mais Médicos. Com isso, mais 11 mil profissionais deixaram de atender milhares de pacientes do SUS. Os motivos, conforme informe oficial no Minsap, foram “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) à presença dos médicos cubanos no Brasil.