O racha na alta cúpula nacional do PSL pode mudar os rumos da legenda em Rio Claro. Depois de declarações de Jair Bolsonaro contra o partido, o presidente do diretório nacional, o deputado Luciano Bivar, afirmou que o presidente do país “já está afastado” da sigla.
O presidente do PSL local, Ítalo Lorenzon, comentou sobre a possível saída de Bolsonaro da agremiação. “Entendo que tenha pego muita gente de surpresa. Mas para quem acompanha a política nacional, sabe que o movimento que elegeu o Bolsonaro não foi de militancia do PSL. E isso eu digo, com algum pesar e alguma insuspeita, porque sou presidente do diretório municipal”, observa.
Lorenzon analisa que o partido não nasceu “puro”. “Não é porque o sujeito está no PSL que está alinhado plenamente com o movimento que elegeu Jair Bolsonaro”, frisa.
Sobre as declarações, mesmo com a análise quase que negativa sobre o partido, Lorenzon acredita que não vai afetar a comissão local. “Não vai afetar o trabalho do PSL em Rio Claro, nem o trabalho do movimento conservador de Rio Claro. Antes de ser presidente [da sigla], sou coordenador do movimento. É um movimento que tem primazia em relação à atividade partidaria”, afirma.
Em médio prazo, Lorenzon anuncia que a ideia do movimento conservador é lançar um partido, mesmo com 32 partidos já registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). “O ideal seria que o movimento conservador pudesse lançar uma sigla própria. Esse é o objetivo a médio prazo, que a direita nacional tenha um partido especificamente seu e não uma sigla de situação como é o PSL hoje”, cutuca.
ESPERANÇA
Em tom pouco animador sobre a situação do racha na sigla, Lorenzon sentencia: “Nós achávamos que poderíamos transformar o PSL [num partido do movimento conservador], mas estamos encontrando resistência dos quadros mais históricos do partido, infelizmente”.
IRREDUTÍVEL
O rio-clarense reforça que a direção do PSL local atualmente é alinhada com o presidente Jair Bolsonaro. “Se Bolsonaro resolver sair do PSL e a situação dentro do PSL estiver insustentável, nosso grupo político vai simplesmente migrar para uma sigla que nos aceite. Que nos dê maior liberdade para sermos conservadores”, adianta.
CONFLITO
Em relação aos conflitos do partido, ele destacou que Luciano Bivar é um dos “quadros fisiológicos”. “[O Bivar] tenta trabalhar no ritmo da velha política. E nós, do PSL de Rio Claro, estadual e de outros diretórios, temos consciência que estamos PSL, mas que nós somos essencialmente conservadores. E temos um alinhamento com Jair Bolsonaro no campo das ideias. Não é um alinhamento especificamente partidário. É uma coisa que precisamos ter claro. No campo das ideias, valores e objetivos”, finaliza.