A pintura de paredes vai além da simples aplicação de cor. Através das técnicas distintas, a execução é capaz de transformar os espaços em atmosferas únicas e com total personalidade.
Assim, a preparação adequada da superfície antes da utilização da tinta, especialmente quando se deseja efeitos especiais, é essencial para a obtenção de resultados de alta qualidade e durabilidade e é composta por etapas que garantirão uma superfície lisa, uniforme e adequada tanto para a cobertura padrão ou em trabalhos mais elaborados.
“Sem o nivelamento para a aderência adequada da tinta, a parede ficará com um acabamento desigual e insatisfatório”, explica a arquiteta Isabella Nalon, à frente do seu escritório que leva o seu nome. Ela também ressalta que esses cuidados são igualmente necessários para evitar problemas com mofo, manchas, infiltrações, descamação, falta de uniformidade e outras imperfeições. Acompanhe as orientações compartilhadas pela profissional:
Passos básicos
De acordo com arquiteta, o primeiro passo é avaliar o estado da parede. Se ela nunca foi pintada, a recomendação é promover a aplicação de um selador que fechará os poros e ajudará no rendimento da tinta. “Superfícies porosas ou de elevada absorção como blocos de concreto, gesso e tijolos precisam de uma demão de fundo reparador para criar uma barreira que diminuirá a absorção e um maior gasto de tinta”, orienta.
No cenário oposto, quando a parede carrega demãos antigas de tinta, é fundamental realizar o processo de remoção dessas camadas para, só então, dar continuidade ao trabalho.
Nivelando a superfície
Nivelar e reparar danos visíveis como rachaduras, buracos ou descamação da pintura anterior é outra fase importante no processo de manipulação da parede. Para tanto, o trabalho é efetuado com lixas manuais – vale analisar o número de acordo com a demanda –, lixadeiras elétricas e espátulas que assegurarão uma superfície limpa, estável e sem imperfeições. Segundo Isabella, rachaduras, buracos e bolhas de ar causadas por umidade, poeira ou reboco fraco precisam ser devidamente tratadas. “Na gestão da obra, analisamos se a questão será melhor resolvida com argamassa, gesso, massa acrílica, corrida ou outros recursos como os conhecidos sela-trincas”, enumera.
Escolhendo o tipo certo de tinta para formar efeitos especiais
Conforme explica a arquiteta, a atmosfera que se deseja transmitir em cada espaço é o fator determinante. O intuito é entregar diferentes sensações que vão desde a familiaridade, aconchego, sofisticação, rusticidade ou modernidade que são expressos por meio de texturas, cores e brilhos de materiais como mármore, concreto ou aço escovado, entre outras possibilidades.
Técnicas básicas para criar efeitos especiais
A execução envolve uma variedade de técnicas eficientes e transformadoras, tais como o emprego de esponja ou pano como meio de gerar texturas suaves e irregulares com uma cor base para, na sequência, inserir uma segunda cor de forma aleatória. Outra alternativa trazida pela profissional é o estêncil, opção popular para aplicar padrões intrincados e repetitivos em técnicas de marmorização ou o esfumaçado com gradientes suaves. “O recomendado é sempre seguir as regras dos fabricantes de tintas e contratar um pintor especialista naquele efeito. Nem sempre uma mesma pessoa conta com todas as aptidões”, alerta Isabella.
Atenção pós-pintura
Após a conclusão da pintura, a profissional ressalta algumas precauções essenciais para preservar a durabilidade e beleza do acabamento. Dessa forma, ela aconselha evitar batidas com objetos ou móveis, manter a parede livre de umidade excessiva e protege-la da exposição direta à luz solar. Quanto a limpeza, um pano seco e, se necessário, uma esponja macia com detergente neutro e transparente, é o indicado para não danificar o acabamento.
Projetos: Isabella Nalon Arquitetura / Fotos: Julia Herman