A cidade de Rio Claro comemora hoje 195 anos, à frente da administração municipal há um ano e oito meses, o prefeito Gustavo Perissinotto destacou conquistas e desafios deste momento, durante entrevista ao Diário do Rio Claro.
O chefe do executivo observou que a população rio-clarense tem sido bastante participativa nos eventos que cidade tem promovido e foi pensada uma programação extensa e diversificada para marcar a data especial. “Depois de todas as dificuldades que passamos por conta da pandemia, uma das coisas que a gente quis foi retomar e fazer uma grande festa pra marcar não só aniversário da cidade, mas a retomada da vida normal. Nesse espírito, desde o primeiro dia do mês de junho temos feito ações, eventos, inaugurações, entronizações pra que pudesse marcar com uma data como essa, marcar essa retomada da vida normal e comemorar alguns desafios já vencidos”, observou o prefeito.
Quanto ao cenário em que Rio Claro se encontra, Gustavo observou que o trabalho e as ações realizadas são pensadas em uma cidade para o futuro e que muitas podem não surtir efeito no curto prazo, mas terão impacto nos próximos anos. “Com muita alegria que Rio Claro resgatou a credibilidade que há tanto tempo não tinha, no aspecto fiscal, nas contas, hoje paga tudo em dia. O que fizemos no IPRC, virou modelo de gestão no estado, já recebi seis prefeitos que vieram aqui para entender como resolvemos um problema que se imaginava que não teria solução. Então desde o meu primeiro mês a gente tem conseguido pagar a contribuição, garantido o futuro do servidor. Nesses 18 meses pagamos religiosamente. Fato inédito nas últimas décadas aqui em Rio Claro”, destacou.
Perissinotto observou o saneamento das contas. “Se for conversar com os fornecedores da cidade, com a Santa Casa, o Lar dos Velhinhos, vai ver que a gente tem religiosamente, quando não paga adiantado, paga no dia. Antecipamos o pagamento do vale alimentação que subiu para 600 reais.”, disse.
DESAFIO
Um dos desafios que tem sido trabalhado é para manter o aterro sanitário de Rio Claro, que segundo análise tem uma vida útil de mais seis anos em média. “Tem várias vertentes que precisam ser abordadas, primeiro esse tempo de vida útil que vai se encerrar se não tomarmos providência. Isso traz um prejuízo enorme para o setor produtivo, porque a indústria hoje deposita o seu resíduo aqui no aterro praticamente a custo zero, se tiver que levar esse resíduo, por exemplo, para Paulínia vai gerar alto valor para as indústrias, então teríamos uma grande perda de competitividade no setor produtivo, esse é um grande atrativo que temos a oferecer para nossa indústria que ajudou muito nesse período, precisamos manter o aterro sanitário. Depois, temos uma despesa de cerca de 40 milhões de reais entre a coleta de lixo, gestão dos ecopontos, a coleta seletiva e a gestão do aterro, esse valor, estamos prevendo, porque teremos receitas acessórias nessa concessão que queremos fazer do aterro, no modelo que estamos concluindo, a partir daí vamos abrir o diálogo e colher contribuições da sociedade civil, de todos os setores que tenham interesse em participar, através de audiências públicas, coletas de informações, ou seja, modelo que vamos propor para discussão. E tem impacto no setor público, em dois aspectos, primeiro no ponto de vista da receita e o segundo no ponto de vista da despesa, teríamos um prejuízo enorme. Com o novo modelo, ele vai trazer receita para o município, por exemplo, com a produção de bioenergia, biogás e vender isso no mercado livre. E a prefeitura vai também regionalizar a operação do aterro, por determinação de uma Lei Federal que é o Novo Marco Legal do Saneamento”, observou Gustavo sobre a necessidade de manter o aterro sanitário em Rio Claro, que vai impactar também nos próximos anos.
FATEC E A ROTA DA TECNOLOGIA
O prefeito destacou parceria com o governo do estado para outros investimentos como maquinários, recursos para asfaltamento em locais que não existe o pavimento, além do início das obras da FATEC que deve colocar Rio Claro na rota da tecnologia. “O anúncio da FATEC, também é simbólico, marca outra vertente. Olhamos pra cidade, organizamos a casa também pensamos no futuro, mas também com olhar pra outras questões, do ponto de vista social, da inovação, da tecnologia, da geração da renda e do emprego. Estamos muito focados em ações de empreendedorismo, voltamos a nos inscrever no Prêmio Prefeito Empreendedor do Sebrae e o projeto foi qualificado para participar. Estamos também pensando na questão de renda e emprego, de como vamos fomentar isso e o que paga grandes salários, é o setor de tecnologia. Então queremos colocar Rio Claro na chamada rota da tecnologia. A Fatec representa uma tentativa de encurtar esse caminho, é a primeira do estado de São Paulo voltada para cursos da tecnologia da informação”, comemora.
SAÚDE
No setor de saúde, dois grandes passos foram dados para melhorar e ampliar o atendimento na cidade. “Estamos dando andamento no projeto executivo do Hospital Dia do Cervezão que vai oferecer mais leitos e comodidade para os pacientes. E agora, nos últimos dias fizemos o convênio que repassa a gestão do PSMI para a Santa Casa de Rio Claro, vai ser um ganho enorme para a sociedade em diversos aspectos, melhor acomodação para os pacientes e mais leitos, além de economia para o município. Também destaco mais de 40 milhões de investimento em saúde com recursos de fonte 1, ou seja, da prefeitura”, observou.
*olho*
“Num primeiro momento o que fizemos pode parecer algo invisível, que não esteja no alcance imediato da percepção do cidadão comum, porque não está ainda vendo os frutos que serão colhidos. A gente precisava então estancar um sangria muito grande, estancamos e precisava planejar a cidade para o futuro, para não ficar mais vendendo almoço para pagar janta. Fizemos ações de curto prazo, mas estamos pensando também no médio e longo prazo. Isso tudo deve ser muito comemorado, hoje a cidade é vista com pujança e pronta pra restabelecer protagonismo regional”, salienta.
Por Janaina Moro / Foto: Diário do Rio Claro