Constituídos por apenas 5% da população mundial, os povos indígenas são considerados gestores vitais do meio ambiente, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação, áreas florestais ecologicamente biodiversas e intactas são gerenciadas por comunidades locais, famílias e pequenos proprietários indígenas.
As florestas cuidadas pelos indígenas são importantíssimas para manter a biodiversidade, reduzindo as emissões de gases. O sistema alimentar também merece destaque por ser nutritivo e bem adaptado ao meio ambiente e resiliente ao clima. O modo de viver desses povos é um exemplo de como ensinar ao mundo a preservação dos recursos naturais, o cultivo sustentável de alimentos e a vida em harmonia com a natureza. O conhecimento indígena que se origina através de um legado histórico de contribuição a natureza deve ser transportado para os dias atuais para que possamos enfrentar os desafios tanto na agricultura e produção de alimentos, como na preservação do meio ambiente de maneira ampla.
Como exemplos que podemos citar de técnicas indígenas que devem ser vivenciadas e praticadas nos dias atuais citamos:
Práticas tradicionais agrícolas que melhor se adaptam ao clima de mudanças; são técnicas testadas pelo tempo, como jardins flutuantes para fazer uso de campos inundados, terraços para evitar a erosão do solo, entre outros, que ajudam a enfrentar os desafios provocados pelas mudanças climáticas.
Recursos naturais e florestas conservadas: os povos indígenas sentem-se parte da natureza e respeitam a mesma e adaptam seu estilo de vida de uma forma harmoniosa com o meio ambiente. Preservam os solos nas montanhas, através do sistema de manejo, reduzem a erosão, diminuem o risco de desastres, conservando a água. As pastagens são cultivadas de forma sustentável, com o gado pastando, mas preservando a biodiversidade. Também os ecossistemas da Floresta Amazônica melhoram em regiões habitadas por povos indígenas
Diversificação e expansão das dietas podem ser auxiliadas por tradições e alimentos indígenas. Mundialmente as culturas são básicas: arroz, trigo, milho, milheto, e sorgo que fornecem 50% das necessidades energéticas. Os sistemas alimentares dos povos indígenas podem ajudar a expandir essa restrita base alimentar incorporando animais, peixes, arbustos, grãos, frutas que não são bem conhecidos ou usados em outras partes do mundo. Exemplo de planta nutritivas a quinoa.
Cultivo de culturas mais resistentes às mudanças climáticas – Os povos indígenas cultivam um conjunto de espécies nativas de cultura, com maiores variedades, que são mais resistentes as secas, altitudes, inundações e outras condições extremas. Essas plantações poderiam ser usadas de forma ampla nas fazendas, construindo uma resiliência e auxiliando a enfrentar as mudanças climáticas.
Supervisão de grande parte da biodiversidade mundial- territórios indígenas abrigam 80% da biodiversidade do planeta e abrangem 28 % da superfície terrestre. A segurança alimentar e nutricional depende essencialmente da preservação da biodiversidade. Os povos indígenas garantem a preservação do acervo genético de plantas e espécies animais, preservando os biomas terrestres, também águas marinhas, mares e rios, através de seu estilo de vida naturalmente sustentável.
A proteção dos direitos dos povos indígenas é essencial, pois os mesmos são gestores importantes na busca de soluções para as mudanças climáticas e um mundo com menos fome, com ações concretas baseadas nesses protetores ambientais.