O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de uma das principais commodities (produtos que funcionam como matéria-prima), a soja. Dela derivam-se grãos para alimentação humana, o farelo utilizado como ingrediente para a nutrição animal e o óleo na produção de bens de consumo para cozinha, biodiesel e também na fabricação de medicamentos.
No Brasil, a cultura da soja é o carro-chefe, representando cerca de 50% da colheita total de grãos no país, atingindo valor recorde de mais de 134 milhões de toneladas, tendo em sua última safra um aumento de 3,6% de produtividade e 3,4% na área plantada.
Toda essa eficiência em tecnologia agrícola coloca o Brasil no pedestal perante outros países, considerados super potências como o país do Tio Sam (USA).
Mas todo esse desempenho e tecnologia se distorce perante o trabalhador brasileiro, pois a conta deles não fecha. Se o Brasil bate recorde sobre recorde de produção de soja, ano após ano, por que o óleo de soja nos últimos 12 meses teve um aumento de preço acima de 100%, sendo que, a inflação não ultrapassou a casa dos 5% nos últimos 12 meses, qual seria a lógica desse aumento abusivo?
Para qualquer economista, operador de comodities ou produtor de grãos, a resposta é simples. A soja, matéria-prima do óleo de soja (é claro), tem o preço de sua saca atrelado ao dólar, subiu o dólar, subiu a chance do Brasil em aumentar suas exportações agregando valor ao seu produto.
Outra resposta prática é que a China lançou um novo projeto de reconstrução e ampliação de seu rebanho suíno, o que aumentou a demanda pela soja, aumentando mais ainda as exportações, e consequentemente este processo gera o desabastecimento do produto no mercado interno brasileiro, fazendo com que haja um aumento do custo de produção para beneficiamento do grão na produção do óleo comestível, em função da escassez dos estoques internos.
Aliado a essa pandemia em que hoje coloca o Brasil no epicentro do problema, distanciando qualquer possibilidade de investimentos em nosso país vindos do exterior, além de outros problemas econômicos e políticos (diminuição do combate a corrupção e afrouxamento das fiscalizações ambientais, dentre outras), traz a certeza que iremos conviver com a moeda americana em alta. Excelente para o Agronegócio brasileiro, mas péssimo para o bolso do trabalhador.
Uma das formas de combater esses aumentos abusivos do óleo de soja seria o povo se conscientizar de que há outras opções no preparo de seus alimentos.
Para muitos brasileiros, seu uso torna-se indispensável em suas cozinhas, além de ser prejudicial para nossa saúde, pois quando aquecemos esse óleo a mais de 180 graus, ele se torna tóxico ao nosso organismo, contribuindo para a oxidação das células, podendo até aumentar as chances de desenvolvermos problemas cardiovasculares.
Existem outras opções muito mais saudáveis, como o uso da Air fray, que são modernas fritadeiras elétricas que preparam os alimentos sem um pingo de óleo, mas que se tornam inviáveis financeiramente para muitos brasileiros devido ao seu preço, não inferior a trezentos reais.
A solução imediata mais viável e saudável vem dos ensinamentos adquiridos e repassados de geração em geração, quando nossas bisavós e avós usavam a banha de porco no preparo de refogados, assados, frituras e molhos. Por ser uma fonte totalmente de origem animal, a banha suína traz ainda nutrientes, como vitamina C, B, um pouco de fósforo e ferro. “Ao contrário do óleo vegetal, que não possui esses nutrientes.
Sabemos que o mercado financeiro é muito complexo, mas para a grande maioria do povo brasileiro, o título de maior produtor de soja do planeta, é tratado com descaso, pois encarece o produto restringindo seu consumo.
A banha de porco está voltando as prateleiras, só não podemos esquecer que o milho que é utilizado na alimentação suína também tem seu preço atrelado ao dólar, igual a soja. Voltamos a estaca zero.