O Diário do Rio Claro trouxe recentemente populares questionando o destino dos antigos postes retirados no Jardim Púbico. Na edição do dia 13 de novembro, o assunto foi levantado. “Tem que ter a iluminação, mas para onde estão levando esses postinhos? Deveria manter este patrimônio, faz parte da história”, ressaltou o taxista Antonio Aparecido Carsa.
A discussão sobre para onde foram encaminhados os postes tomou proporção também nas redes sociais. “O que foi feito dos postes de ferro fundido que existiam na praça central e que agora estão sendo substituídos?”, questionou um internauta.
Em outra postagem, uma mulher questiona. “Exatamente. Onde estão? Por que tiraram? Alguém tem que dar satisfação à população. É patrimônio da cidade. No mínimo, estariam instalados no museu. Ou de volta ao seu lugar de origem. Novas luminárias não competem com a beleza delas. Cidade perdendo suas características e memórias. Prestem contas”, destacou.
PREFEITURA
O Diário do Rio Claro questionou a prefeitura que, em resposta por meio de nota, esclareceu. “Os antigos postes não têm mais serventia e estão depositados no Departamento Municipal de Obras Públicas, no Distrito Industrial”.
GRUTA DO LEÃO
Outro questionamento é sobre a antiga Gruta do Leão, localizada no Jardim Público e que foi desativada. Ao Diário do Rio Claro, a prefeitura informou que tomou a iniciativa de aterrar aquele buraco porque vinha sendo utilizado inadvertidamente como sanitários e há muito tempo deixou de ter algum valor histórico ou patrimonial.
A prefeitura ressalta que tanto a remoção dos postes, como o aterramento do buraco fizeram parte do projeto de revitalização e novo sistema de iluminação do Jardim Público, melhorias solicitadas pela população há muitos anos.
O Sítio Arqueológico de Rio Claro, denominado Gruta do Leão, no Jardim Público, como aponta a história, foi construído por Samuel Coli, que era da Itália, e por volta de 1874 se fixou em Rio Claro, onde formou família.
Artigo do jornalista Lourenço Favari, com colaboração da arqueóloga Maryzilda Couto Campos, publicado na Revista do Arquivo nº 7 – Junho 2011 – Arquivo Público e Histórico de Rio Claro, destaca o trabalho de escavações na Gruta do Leão.
A arqueóloga Maryzilda Couto Campos destacou no texto que foi procurada pela prefeitura na passagem dos anos 80 para os anos 90 para descobrir o local exato em que estaria enterrada a edificação.
De acordo com a arqueóloga, a iniciativa começou após a descoberta de uma foto que registrava duas senhoras e uma criança e, ao fundo, figurava a gruta artificial.
Após um tempo, foi retomada a escavação da Gruta do Leão e aplicação de métodos geofísicos para identificação de objetos enterrados. No artigo, a arqueóloga revelou. “Abrimos a gruta pelas beiradas. Só ficou fechada ao meio, onde ficava a entrada da ‘Toca’ e não ‘Gruta’, como foi chamada anteriormente.
O Leão era de argila misturada com cimento e fragmentos de tijolos. Estava todo quebrado, suas patas dianteiras eram mãos femininas e seus olhos pintados com uma sombra anil”, revelou.
De acordo com os registros oficiais, a edificação teria sido construída no final do século XIX e se tratava de uma atração no jardim, onde os pais passeavam com os filhos.