De acordo com as projeções demográficas da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – Seade, a taxa anual de crescimento referente às pessoas de 60 anos e mais, entre 1950 e 2022, no Estado de São Paulo, correspondeu a 4,1%, elevando a proporção de idosos na população total, de 4,4% para 16,2%, o que equivale a 7,313 milhões de idosos em 2022. No mesmo período, para o total da população, a taxa de crescimento foi de 2,2%,
O levantamento aponta que na metade do século passado (1950), havia de 11,6 idosos (60 anos ou mais) para 100 crianças e jovens (de 0 a 14 anos). Essa proporção foi crescendo lentamente até 2000, quando registrou-se 34,1 idosos por 100 crianças e jovens e, agora em 2022, as projeções indicam que há 86,7 idosos para cada 100, ou seja, nos últimos 22 anos, essa relação ampliou-se 2,5 vezes devido, principalmente, à queda da fecundidade e maior sobrevivência da população. A expectativa é de que, em 2026, essas duas parcelas se aproximem, com 8,3 milhões de pessoas.
MULHERES
Quanto mais se avança na idade, maior é a proporção de mulheres. Entre 60 e 64 anos, 54,3% são mulheres e a partir dos 80 anos de idade essa concentração chega a 63,3%. Dessa forma, a razão de sexo diminui de 84,2 homens para cada 100 mulheres de 60 a 64 anos, para 58,1 entre a população com 80 anos e mais. Essa diferença decorre da maior sobrevivência feminina.
MUNICÍPIOS
A proporção entre idosos e crianças (índice de envelhecimento) é bem diferenciado entre os municípios, variando de 44,4% a 281,3%, em 2022. Além da queda da fecundidade e do aumento da sobrevivência, a seletividade dos deslocamentos populacionais intermunicipais também contribui para essas diferenças. No conjunto dos 271 municípios com menos de 10 mil habitantes, 60% apresentam índice de envelhecimento superior a 100%, indicando maior presença de idosos do que de jovens, enquanto entre aqueles com mais de 50 mil (139) somente 33% exibem esse perfil.
POLÍTICAS PÚBLICAS
Apesar do índice será que as regiões estão preparadas para atender este público? As políticas públicas não acompanham o crescimento. Apesar dos avanços alcançados nos últimos anos, ainda há muito que melhorar. “Precisamos fazer com que a leis virem fatos concretos, que saiam do papel, para isso, todos devem lutar, porque todos envelhecerão. E quanto mais tivermos uma sociedade preparada para a população idosa, nós teremos essa população mais ativa, mais saudável, mais produtiva, mais feliz e toda sociedade ganha com isso”, analisa o médico e professor José Luís Riani.
Muitos idosos estão fazendo a parte deles, a realidade mudou, eles não ficam mais somente dentro de casa, buscam atividades para estarem cada vez mais inseridos e acima de tudo garantindo melhor qualidade de vida. “É importante que o idoso seja protagonista também do seu próprio processo de envelhecimento e na luta pelos direitos. Existe o Estatuto do Idoso, que garante uma série de direitos e obrigações do Poder Público, da família e da sociedade e essa legislação também deve ser feita no nível municipal”, finaliza Riani.
Crescimento
O crescimento atingiu 7,313 milhões de idosos em 2022, no estado.
Por Janaina Moro / Foto: Rede Social