As dificuldades são relatadas por quem precisa utilizar o transporte público todos os dias.
A linha 2 do Arco-íris foi citada pelo vendedor externo Wesley Moura, que utiliza o transporte público todos os dias. “Tem bancos quebrados, faltando assento, mães com bebês e idosos que vão em pé durante todo o trajeto, pois é sempre lotado e nem todos têm o respeito de ceder lugar”, relatou.
Imagens enviadas ao Diário mostram banco quebrado e sem o assento. Um passageiro, que utiliza com frequência a Linha Novo1/Kennedy, cansado de esperar providências, reivindicou reparos no coletivo. “Dois bancos de trás estavam soltos, perigoso cair, quem já sabia nem sentava nesses locais.
Ficou por um bom tempo quebrado, vi que não resolviam, fui até a Central e pedi que fizessem o conserto, levei o número do carro e falei das condições, depois de um período, fui atendido e os assentos consertados”, contou o usuário Marcos dos Santos.
Ele ainda relata a dificuldade nos pontos, que deveriam ser de ônibus, porém, não existem coberturas e nem sinalização. “Outro dia, um motorista perguntou onde era o ponto de parada. Até ele não conseguiu se localizar, pois não tem identificação”, contou Marcos, completando ainda que a distância de um ponto para o outro é grande. Dia de chuva ou muito sol não tem acomodação para esperar o circular.
A equipe do Diário foi até a Estação, onde conversou com diversos usuários que confirmaram as péssimas condições. “Utilizo todo dia, às vezes demora uns 45 minutos para chegar em casa, porque a mesma linha faz três bairros. É sempre lotado, banco quebrado, ônibus sujo”, afirmou a vendedora Marlene de Camargo.
Quem também confirma a superlotação é a ajudante de cozinha Maria Madalena da Silva. “Se eu não pegar o ônibus no começo do ponto, não consigo sentar, é sempre lotado”, disse. Ao lado dela estava o aposentado João Rodrigues, de 71 anos, que concordou com as afirmações. “É assim mesmo, isso quando não quebra no meio do caminho. Mas para os idosos param certinho”, disse.
A manicure Nicole Pessoa Germano Garcia também avalia como negativo. “Eu pego no Jardim Novo. É vergonhoso. Meu filho até passou mal outro dia de tão lotado, às vezes sentamos até no meio, nas escadas. Muitas vezes também está sujo. Já que aumentaram o valor, deveriam melhorar as condições”, disse Nicole.
Além de citar alguns incômodos, o cabeleireiro Gladston Garcia questiona o valor pago. “No interior, é a cidade que tem o valor da passagem mais cara, se você não tem o cartão, também não consegue fazer a integração, aí quando eu, minha esposa e filho vamos do Jardim Novo para o Parque Universitário, de ida e volta são quatro ônibus. Para duas pessoas, são R$ 32”, relatou.
EMPRESA
De acordo com empresa responsável, a frota que faz o serviço em Rio Claro é composta por 60 veículos, e em média 20 mil passageiros utilizam o transporte público em dias úteis. Sobre a superlotação em algumas linhas, afirmou que nas que existem maior demanda nos horários de pico, é colocado carro a mais para atendimento.
A Rápido São Paulo alegou que não existe falta de bancos. “Todos os veículos possuem suas especificações de fábrica, que transportam 35 passageiros sentados e 32 passageiros em pé, como a legislação permite para o tipo de veículo.
Em nota, comunicou que todos os veículos passam por revisões preventivas, preditivas e corretivas, de acordo com as devidas quilometragens, onde existe um plano de revisão para toda a frota. Quanto ao idoso ficar de pé, é uma questão de educação para quem está ocupando o referido assento, pois todos os veículos possuem lugar identificado para idoso, gestante e deficiente. E sobre lotação, não temos apontamento”, encerrou o comunicado.
MOBILIDADE URBANA
O Secretário de Mobilidade Urbana, Marco Antonio Bellagamba, foi consultado para falar sobre os pontos e confirmou ser de responsabilidade da secretaria mapeá-los e identificá-los, no entanto, a construção das coberturas dos pontos fica sob responsabilidade da Secretaria de Obras.
“Realmente, é uma questão que estamos trabalhando, primeiramente fazendo o levantamento de todos os pontos, se existem e seu estado de conservação”, afirmou o secretário.
Segundo Bellagamba, o trabalho foi concluído recentemente e identificou:
– Total de pontos de ônibus – 806
– Identificados com placas – 549
– Sem identificação – 257
Desses acima, 90 estão com as respectivas placas ruins, necessitando de reforma, e outros 159, além da identificação vertical, possuem a identificação horizontal (desenhada no chão).
“Diante desse relatório, estamos providenciando a compra do material para identificação dos pontos inexistentes e, juntamente com a Secretaria de Obras, estaremos avaliando aqueles pontos onde existe uma maior concentração de pessoas para, assim que possível, providenciarmos a cobertura, uma vez que o critério adotado para a colocação de coberturas é a demanda de pessoas no local”, concluiu o secretário ao Diário do Rio Claro.