A Polícia Federal realizou, nesta quinta-feira dia 19, a Operação Aliquis Simulare, que tem como objetivo desarticular uma rede de fraudes em saques de contas do FGTS. As ações ocorreram em diversas cidades, incluindo Rio Claro, São Carlos e Paulínia.
A operação visou cumprir mandados de busca e apreensão e prisão preventiva em várias localidades, como parte das investigações de um esquema que envolvia o uso de documentos falsos para realizar saques fraudulentos em agências da Caixa Econômica Federal.
A investigação começou após a prisão em flagrante de uma suspeita, que havia realizado saques irregulares em uma agência da Caixa, localizada na cidade de Americana. Ela utilizava documentos falsos para acessar as contas do FGTS.
No decorrer da operação, que foi coordenada pela Delegacia de Polícia Federal em Piracicaba, os agentes cumpriram um total de dez mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva, espalhados por cidades como São Carlos, Rio Claro, São Paulo e Paulínia.
Durante as ações desta quinta-feira, a Polícia Federal apreendeu celulares, que serão periciados como parte da continuidade das investigações. Os suspeitos envolvidos no esquema podem responder por crimes que, somados, podem levar a penas de até 20 anos de prisão. As investigações seguem em andamento para desmantelar toda a rede criminosa envolvida nas fraudes.
Esquema organizado
De acordo com o delegado da Polícia Federal de Piracicaba, Henrique Souza Guimarães, a quadrilha tinha um esquema organizado para a realização dos golpes.
O chefe da organização mora em São Carlos, segundo a PF. Ele ainda não foi preso. Era ele quem recrutava pessoas que se passariam pelas vítimas para realizar os saques nas ageências bancárias.
Ele também passava orientações de como proceder dentro da agencia e mandava antecipadamente o modelo da assinatura da vítima para que o fraudador treinasse.
Eram selecionados fraudadores que mais se parecessem com as vítimas para facilitar a falsificação dos documentos.
“Eles chegavam a percorrer cinco, seis agências no mesmo dia. Os valores eram distribuídos de acordo com a participação de cada um”, afirmou o delegado.
A investigação apontou que quem indicava um possível fraudador recebia 10% do dinheiro retirado. Já quem fazia os saques nas agências, recebia 20%.
Até o momento, a PF conseguiu apurar um prejuízo de R$ 80 mil para as vítimas. Mas é possível que o golpe seja maior, já que as vítimas só saberão terem sido lesadas quando forem checar ou sacar o seu saldo do FGTS.
Foto: Polícia Federal