O evento solene, ocorrido no Palácio da Polícia, contou com a participação virtual do então governador João Dória e presencialmente do general João Camilo Pires de Campos, Secretário de Segurança Pública, do delegado Youssef Abou Chahin, secretário executivo da Polícia Civil, do delegado Ruy Ferraz Fontes, Delegado Geral, da delegada Elisabete Ferreira Sato, Delegada Geral Adjunta, do delegado Caetano Paulo Filho, diretor do Departamento de Inteligência da Polícia Civil (Dipol), da delegada Jamila Jorge Ferrari, coordenadora das Delegacias de Defesa da Mulher e demais autoridades da Polícia Civil.
De acordo com o delegado Fontes, o investimento neste projeto de informatização foi aproximadamente de R$ 60 milhões. A utilização dessa nova plataforma de registro, chamada de Sistema de Polícia Judiciária (SPJ), estará apta a auxiliar nas investigações com o uso de inteligência artificial. “Vai modificar completamente a rotina e os procedimentos da Polícia Civil com uma série de resultados positivos”, afirmou o Delegado Geral.
Outra mudança anunciada foi a unificação dos registros dos boletins de ocorrência para as polícias Civil e Militar. O objetivo é a agilidade no serviço prestado à população, evitando que na maioria dos casos as pessoas precisem se deslocar ao distrito policial, além do ganho em eficiência no trabalho desempenhado pelas instituições. O registro elaborado pelo policial militar será o mesmo utilizado nas delegacias.
Quando o agente de polícia ostensiva inserir os dados no sistema, as informações serão direcionadas à Delegacia Eletrônica, que encaminhará à unidade policial encarregada de conduzir as investigações.
No momento da ocorrência, o policial informará às partes envolvidas que será enviado por e-mail uma cópia do BO e, caso seja necessário, notificações para prestar esclarecimentos.
Em números, estima-se que a Polícia Militar registre anualmente cerca de 300 mil ocorrências em delegacias em todo o Estado. Após a instituição do BO único, a probabilidade é de que esse número reduza para aproximadamente 20 mil registros.
Uma das vantagens que o sistema traz é a diminuição do tempo gasto pelos agentes para registrar flagrantes. Atualmente, o tempo médio está em duas horas e meia. A expectativa é que caia para uma hora.
Outro benefício do programa é tornar o registro da ocorrência em um único arquivo, o que irá acabar com os boletins complementares e a numeração das versões. As estatísticas produzidas pela Polícia Civil serão mais eficazes, sendo possível identificar com mais precisão qual dos distritos policiais registra mais casos.
Outras tecnologias anunciadas
Nos próximos meses, a Polícia Civil vai introduzir um sistema de câmeras nas unidades policiais que captará o áudio e vídeo dos depoimentos prestados. Serão instaladas uma câmera que estará focada no depoente e outra câmera que capta, com ângulo de 180 graus, as outras pessoas presentes no local. A intenção é evitar alegações de constrangimento por parte de testemunhas ou suspeitos.
No evento, também foi anunciada a ampliação da tecnologia no âmbito da Delegacia da Mulher Online (DDM Online) e nos Centros de Polícia Judiciária (CPJ) recém-criados. Nesse início, 44 unidades distribuídas pelo Estado atenderão 24 horas por dia. Até o final do ano, 165 unidades serão inauguradas. Nessas unidades haverá uma sala especial para que a vítima relate o ocorrido com uma equipe de plantão online. Crimes de violência doméstica ou comuns serão atendidos virtualmente pelas autoridades policiais em centrais específicas.