Quanto menos gente circulando nas ruas, menos casos de Covid-19 aparecem. Foi essa a constatação dos pesquisadores da UNESP-Rio Claro, membros do GT, Eduardo Kokubun, Auro Aparecido Mendes, Milton Cezar Ribeiro, Rodrigo Braga Moruzzi e Maurício Humberto Vancine.
Para isso, buscaram o número de caos de Covid-19 divulgados diariamente pela prefeitura de Rio Claro. Para saber quantas pessoas ficam em casa, buscaram dados de isolamento que o governo do Estado atualiza todos os dias. É uma conta simples: com dados de operadoras de telefonia celular, o Estado calcula quantos aparelhos ficaram em casa. Os pesquisadores então calcularam a porcentagem de pessoas que ficaram isolados nos últimos 7 dias.
Os resultados mostraram que aproximadamente 9 dias após os dias que as pessoas ficavam menos isoladas, que aconteceu às vésperas da Páscoa, feriado de Tiradentes e do dia do Trabalho, havia maior chance de ocorrerem novos casos. Esse atraso ocorre por causa do tempo para uma pessoa contagiar outra e também pelo atraso nas notificações, pois os resultados dos exames também podem demorar.
A observação mais interessante está no gráfico abaixo. Desde que as medições começaram a ser feitas, Rio Claro registrou isolamento superior a 60%, somente nos finais de semana. Quando o isolamento é maior do que isso, os cientistas preveem que o número de novos casos começa a diminuir. A tendência em Rio Claro tem sido o contrário: o isolamento vem diminuindo a cada semana. Na mesma medida que o isolamento diminui, o número de casos vem aumentando, principalmente depois do feriado do dia primeiro de maio.
O isolamento hoje vai impactar no número de casos 9 dias à frente. O gráfico ainda mostra nas linhas pontilhadas a projeção do número de casos. Hoje, 21 de maio, teremos os casos de covid-19 provocados pelo movimento nas ruas de 12 de maio. Daqui a 9 dias poderemos ter 11 novos casos porque ontem 45% da população não pôde ou não quis ficar em casa. Dessa forma, o GT da UNESP reforça o pedido para que as pessoas que podem ficar em casa, o façam. Estamos longe ainda de atingir o pico de casos, mas com um pouco mais de restrição, logo poderemos retomar nossas atividades, como outros países têm feito.
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