Atualmente em evidência nos meios de comunicação, a pauta Educação tem suscitado discussões múltiplas, uma delas, a produção científica das universidades públicas. Diz-se que as universidades brasileiras produzem pouca ciência e que a maior parte se encontra nas instituições privada.
Contradiz-se através do Relatório Research in Braszil que o Brasil no ranking mundial ocupa a 13° posição em publicações de pesquisa, sendo que as 20 primeiras universidades brasileiras a figurarem na lista, são públicas.
O investimento em ciência em universidades públicas que resultou em aumento de publicações de pesquisas apresentou crescimento interessante entre os anos de 2011 a 2016. Me parece que sim, é produzido ciência no Brasil e em especial em universidades públicas. E refletindo sobre o processo de continuidade e expansão da ciência, indago-me como jovens estudantes do ensino médio são inseridos no cenário do desenvolvimento científico e tecnológicos? Qual o incentivo para o fazer ciência na escola?
Bom, acredito que o despertar científico e tecnológico pode ser incentivado desde os anos iniciais do ensino formal e aperfeiçoado ao longo dos anos escolares. Nos Parâmetros Curriculares Nacional Ensino Médio em seus princípios mais gerais diz que “a formação do aluno deve ter como alvo principal a aquisição de conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes tecnologias relativas às áreas de atuação”. A articulação de tais atividades no ambiente escolar estimula formações múltiplas do educando tanto pessoais, quanto sociais.
A viabilidade das escolas públicas, em particular as de ensino médio, em desenvolver atividades científicas e tecnológicas podem ter suporte através de editais específicos de agências de fomento, como é o caso do Conselho Nacional (CNPq), que com muito entusiasmo assinala para a relevância de tais ações e é taxativo em dizer que “para desenvolver um país é necessário desenvolver pessoas: elevar o patamar de informação disponível e prover a população de conhecimentos básicos de ciência e tecnologia, porque esses conhecimentos são centrais hoje em dia. Além disso, é necessário estimular os jovens a se tornarem profissionais da ciência e da tecnologia para avançarmos no conhecimento existente” .
Observando as atividades diárias científicas e tecnológicas em uma escola do ensino médio, percebe-se o empenho e motivação dos alunos no desenvolvimento da pesquisa. Nota-se também maior interesse em participarem de eventos científicos como feira de ciência, olimpíadas de diversas áreas do conhecimento, congressos, etc. São orientados por um professor, que, ao final da pesquisa teórica, promove a divulgação científica do resultado empírico, geralmente um protótipo, em diversos canais de comunicação.
Pensar em ampliação das políticas de iniciação científica de jovens é pensar na continuidade do crescimento do fazer científico no Brasil, por isso, pesquise, jovem!
Por Rosana da Silva Gomes
- A autora é coordenadora de biblioteca, mestranda no PPGCTS/UFSCar.