Rio claro faz parte das 15 cidades que foram selecionadas para atualização do Mapeamento de Área de Risco para Escorregamento ou Inundação. O último foi realizado em 2014 e, após cinco anos, é necessária a atualização.
Com este propósito, equipe do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) iniciou o trabalho de campo em Rio Claro nessa quinta-feira (19) e segue até hoje.
O levantamento inclui uma média de dez áreas de risco que foram apontadas pela Defesa Civil do município. O primeiro local visitado foi no bairro Terra Nova. “O bairro aqui tem uns 15 anos, foi criado para interesse social e as exigências eram diferentes. No começo, houve problema com deslizamento de terra e a prefeitura na época construiu um grande muro de arrimo que limita os terrenos ao meio da quadra, colocou os reforços laterais e resolveu o problema.
Havia um canal de drenagem na parte superior que toda a água que caía percolava nesse canal, que escoava para laterais das ruas. Mas com o passar do tempo, os moradores aumentaram a área de construção e tamparam as linhas de drenagem. Então esse canal, hoje, se mostra ineficiente, o que é natural ocorrer de tempos em tempos”, explicou o Diretor da Defesa Civil de Rio Claro, Wagner Martins Araújo, que acompanhou e operou os drones no local.
O diretor explicou ainda que obstrução do canal, em épocas de chuva, pode acumular água e acabar jorrando para debaixo das casas. “Para que não aconteça inundação é feito o trabalho de monitoramento constante e orientação para os moradores”, salientou.
Durante o trabalho no local, foi feito uso de RPAS (DRONES) e visita em residências pelas equipes do IPT. “Quando chegamos na região indicada, percorremos o local. Aqui, no caso, é uma encosta, avaliamos se já teve escorregamento anterior, se tem muros com trincas, degraus de abatimento, são várias feições que a gente analisa que são indicativas do processo de escorregamento”, observou a pesquisadora do IPT, Alessandra Corsi.
Segundo a pesquisadora, a partir deste levantamento é classificado pelo Instituto o graus de risco de cada área, que pode ser de R1 (muito baixo) até R4 (muito alto). Em seguida, ações de melhorias e para prevenção são indicadas. “São vários tipos de medidas, desde estruturais e não estruturais, que envolvem monitoramento constante da área, que já é um atributo que a Defesa Civil faz constantemente, limpeza em locais com muito lixo e entulho, melhorias do sistema de drenagem, que já são estruturais, mas são mais simples, como limpeza de canaleta, desobstruir um dreno, são várias ações desse porte que indicamos”, declarou.
As áreas que foram levantadas em 2014 também estavam na lista para uma nova visita. “Conforme conversamos na Defesa Civil, em algumas áreas já foram feitas ações, como em pontos de inundação, que foi feito trabalho no canal de drenagem e, depois das obras, não tiveram mais problemas, então vamos voltar para avaliar.
Muitas vezes, até deixam de ser de risco em função das intervenções”, disse a pesquisadora, destacando ainda o trabalho que é desenvolvido diariamente na cidade. “O município não recebe punição, caso as obras não sejam feitas, porém, é válido destacar que essas áreas não ficam abandonadas, ações preventivas são realizadas, a Defesa Civil tem atuação forte”, salientou.