Quem já não ouviu essa frase em um estádio de futebol? Pega a bola, gandula!
Figura indispensável na realização de uma partida de futebol, seja profissional ou amadora, o gandula é também aquele que passa quase sempre despercebido, durante os 90 minutos, mas que tem a importante tarefa de repor a bola no campo de jogo e não atrasar o andamento da partida.
Normalmente, o gandula tem relação estreita com o clube mandante do jogo no qual trabalha. E por causa disto, o equilíbrio emocional e a imparcialidade, além da eficiência, são virtudes exigidas daquele que se dispõe a essa importante tarefa.
O que pouca gente sabe, é que o termo “gandula” surgiu no ano de 1939, conforme relatam os alfarrábios do futebol das antigas. Mais precisamente no Cube de Regatas Vasco da Gama.
Por essa época, defendia o cruzmaltino carioca, um atacante argentino de nome Bernardo Gandulla. O sujeito chegou ao Rio de Janeiro, muito bem recomendado, como grande reforço.
Porém, mesmo marcando 26 gols em 57 jogos disputados, não convenceu o técnico de que merecia a posição de titular. Amargava a reserva, mas não se dava por vencido. Era o primeiro a se apresentar para jogos e treinos e o último a sair.
Durante as partidas, querendo colaborar com seus companheiros de equipe, Gandulla corria pra pegar as bolas quando estas saíam do campo de jogo.
Dessa forma, ganhou a confiança e simpatia dos torcedores do Vasco da Gama que gritavam seu nome, a cada vez que Gandulla saía do banco de reservas do estádio de São Januário para apanhar as bolas e manda-las de volta para o campo.
Sabe-se que a trajetória de Gandulla no futebol brasileiro não durou muito tempo, sendo logo negociado com o Boca Juniors da Argentina. Mas, seu nome acabou fazendo história, que perdura até hoje.
Por Geraldo Costa Jr. / Foto: Divulgação