Com muita alegria e satisfação parabenizamos este pujante manancial que tem sobrevivido ano após ano, as agressões ambientais, provocadas por aqueles que dependem diretamente de sua matéria prima para sobreviver.
Das águas que brotam na zona rural do município de Corumbataí a uma altitude de 720 metros nasce um rio de extrema importância não só por ter contribuído diretamente com o nosso município, dando- lhe nome, mas também por até hoje ceder suas águas em benefício de todos os seres que a rodeiam, em especial, 40% da população rio-clarense que ao abrirem a torneira de suas casas são abastecidas por suas águas, diga se de passagem, uma das melhores do Brasil em qualidade e pureza.
De suas primeiras nascentes em Corumbataí até sua foz nas dependências da usina Corumbataí, no distrito da Assistência, o Ribeirão claro percorre 43 quilômetros, deslizando- se pelo solo arenoso onde sua calha de média a baixa profundidade, devido ao seu alto grau de assoreamento, ocasionado pela falta de mata ciliar em longos trechos, onde há apenas alguns fragmentos florestais, rodeados por imensas áreas de pastagens e pela presença maciça da monocultura da Cana de açúcar.
Tive a oportunidade de idealizar um estudo referente as influências das barreiras ecológicas sobre a ictiofauna local, ou seja, diagnosticar a influência dos obstáculos existentes no rio que influenciassem a população de peixes existentes em suas águas.
Concluímos que o Ribeirão claro além de várias particularidades, também dá guarida a uma espécie de peixe de piracema, a Tabarana (Salminus hilarii), conhecido também pelos pescadores esportivos como Dourado branco. Predador compulsivo, valente e saltador, gosta de águas cristalinas e rasas, com até um metro de profundidade, e só é encontrado em rios preservados com matas ciliares intactas.
Características que não batem muito com a descrição acima, por ser um manancial impactado, e também por possuir obstáculos quase instransponíveis como a represa de captação de água do Departamento Autônomo de Água e Esgoto de Rio Claro (DAAE) e, a montante, o barramento da represa da fazenda São José, impedindo o movimento dos cardumes de peixe que nadam rio acima, contra a correnteza, para realizar a desova no período de reprodução, mas mesmo assim a natureza dá seu toque mágico e a Tabarana continua se reproduzindo.
De sua história temos uma extensa literatura que o descreve: “Rio de águas límpidas que deu origem ao nome do município de Rio Claro”.
“A cidade acha- se edificada à margem do ribeirão denominado Rio Claro, a noroeste da capital paulista. Ocupa uma planura de grande extensão, com pequeno declive que dá pronto escoamento às águas pluviais. Suas ruas, em número de 26, são retas, bem alinhadas, largas e abauladas; os quarteirões perfeitamente iguais”. (Comissão Central de Estatística, 1.887).
Parte integrante do calendário Ambiental do município de Rio Claro, o Ribeirão claro, através da lei municipal nº 4.243 de 22 de setembro de 2.011, ganhou uma data comemorativa (Dia 04 de junho), para que as pessoas tenham conhecimento de sua existência, principalmente quando abrem suas torneiras para beber água, preparar alimentos, lavar roupas, tomar banho e se beneficiar deste bem natural, conscientizando-se de seus infinitos usos.
Mas o intuito da lei não seria para apenas criar um dia comemorativo, mas sim, criar ferramentas para a elaboração de normas e diretrizes para a recuperação, preservação e conservação dos recursos hídricos e áreas de preservação permanente da sub-bacia do Ribeirão Claro.
Continuemos preservando essa nossa riqueza e no próximo ano na semana do dia mundial do meio ambiente, não esqueçamos daquele que nos dá vida em troca apenas de nosso respeito. PARABÉNS RIBEIRÃO CLARO.