Comemorado nesta terça-feira (1º), o Dia do Idoso levanta alguns questionamentos sobre as políticas públicas para a faixa etária. O professor do curso de Medicina do Claretiano – Centro Universitário, José Luiz Riani Costa, acredita que existe o que comemorar, dado o aumento da expectativa de vida, mas reforçou a necessidade de avanços para garantir uma melhor qualidade de vida.
“É uma data comemorativa pelo aumento da expectativa de vida, que vem permitindo que muitas pessoas tenham direito a um número de anos adicionais de vida. Mas, também, é uma data para nos lembrar, população idosa e toda sociedade, que muito temos a avançar para garantir mais qualidade de vida a esses anos adicionais”, observa.
ESTATUTO DO IDOSO
O professor destaca que o Estatuto do Idoso (Lei 10.741, de 01/10/2003) foi um marco para garantia de direitos da pessoa idosa. “Mas, infelizmente, nem tudo que ali está vem sendo efetivado. Além do Estatuto do Idoso, existem as leis estaduais e municipais da Política do Idoso. Também existem políticas setoriais voltadas a essa população”, frisa sobre os dispositivos de proteção à chamada terceira idade.
RIO CLARO
Costa destaca que Rio Claro possui a Lei 3.498/2004, que estabelece a Política Municipal do Idoso. De acordo com ele, a legislação foi construída de forma bastante democrática e que envolveu a participação da população idosa e dos diferentes setores envolvidos.
ENVELHECIMENTO
O professor também falou sobre as alterações que podem acontecer com o envelhecimento e que elas dependem de características individuais. “Muitos desses fatores não dependem somente da vontade da pessoa, mas de um conjunto de circunstâncias. Portanto, temos que tomar cuidado para não fazer a ‘culpabilização da vítima'”, destaca.
Para ele, envelhecimento não é sinônimo de adoecimento. “Mas há o aumento da prevalência de algumas doenças, como: Hipertensão Arterial, Diabetes, Doenças Cardíacas, Doenças Respiratórias, diversos tipos de Câncer, Doença de Alzheimer, Doença de Parkinson, entre outras”, destaca ao lembrar que é importante a realização de diagnósticos precoces.
DEPRESSÃO
Costa defende ainda que o idoso tem que estar inserido na vida familiar e na sociedade, com isso, problemas como a depressão tendem a ser reduzidos. “A depressão não é mais frequente na pessoa idosa, se ela estiver inserida na vida da família e na comunidade. O aumento da depressão acontece, principalmente, quando o idoso tem uma doença grave, está acamado, isolado ou asilado”, frisa.
MUDANÇAS
A reforma da Previdência também pode ter reflexo na vida do idoso, conforme avalia o professor. “As mudanças na Legislação Previdenciária que estão sendo discutidas no Congresso Nacional, associadas às mudanças na Legislação Trabalhista que já que aconteceram, podem trazer grande sofrimento a uma parcela significativa da população, especialmente a humilde. Isso porque tende a adiar o tempo para a aposentadoria, ao mesmo tempo em que dificulta o acesso ao trabalho formal, exigido para a aposentadoria”, avalia.