Samuel Chagas
O “e-commerce” ou “comércio eletrônico”, em português, é a comercialização de produtos e serviços usando a internet. Com a pandemia, essa forma de fazer vendas foi a solução para muitos comerciantes não falirem seus negócios. Segundo um estudo feito pela Hibou, empresa especializada em pesquisa e monitoramento de mercado, 8 em cada 10 brasileiros já utilizaram o WhatsApp para fazer compras. Ainda, segundo a pesquisa, dos 79% dos 2.318 entrevistados, 56% ainda usam o aplicativo para comprar produtos. Em Rio Claro, é possível observar o uso frequente do trocador de mensagens pelos comerciantes para fazerem vendas e entregas. Nas redes sociais, os anúncios de vestuário feitos por meio de Lives no Instagram também não param.
“A INTERNET É UMA REALIDADE”
A Blue City Papelaria, localizada na Av. Visconde de Rio Claro, no Centro, ainda está “engatinhando” no comércio virtual, afirma Jorge Spiller, sócio-proprietário da empresa. No site da papelaria é possível ver cerca de 4 mil produtos que, segundo Jorge, ajudaram a construir uma espécie de “catálogo virtual” na internet, para os clientes terem uma noção dos produtos à venda. “Primeiramente, a gente até tentou fazer vendas pela Internet. Não teve tanta repercussão, mas os clientes, hoje, usam o nosso catálogo virtual para fazerem pedidos pelo telefone e WhatsApp”, afirma. Perguntado sobre as primeiras experiências ainda não terem alcançado o efeito desejado de vendas pela loja virtual, o comerciante afirma e entende que “foi boa, porque ainda é um começo”. “A gente ainda quer dar andamento nisso e entrar para as plataformas, porque a Internet é uma realidade. A tecnologia, à medida que ela vem, o comerciante que não aderir está fadado à falência, ao meu ver”, avalia Jorge.
PEQUENAS LIVES, GRANDES NEGÓCIOS
Em tempos de contaminação por coronavírus, um catálogo virtual com finalização de compra por meio do WhatsApp parece ser uma solução para o comerciante, uma vez que está proibida a aglomeração de pessoas em lugares fechados, segundo as leis de município e estado. Mas para Ana Claudia Rosa de Melo, proprietária e comerciante da loja de vestuário feminino Claudia Melo Moda Feminina, a solução se deu por meio de Lives no Instagram.
No segmento há 10 anos, Ana Claudia viu a necessidade de se reinventar com a chegada desse “momento muito difícil”, como observa a dona do estabelecimento. “Nós já tínhamos Facebook e Instagram. Colocávamos fotos e alguns videozinhos, mas nada assim, muito grande. No meu caso, eu não fazia vendas pela Internet, mas agora sim”, conta Ana Claudia. Através das Lives na rede social, os clientes ao verem as peças de roupa, pedem pelos comentários na própria plataforma e ao fazerem o pagamento, acabam indo retirar os produtos na loja. A comerciante complementa que “tem sido bom”, embora os lucros tenham ficado um pouco menores. Mas está se “reinventando em vendas virtuais”, assim como muita gente.
UMA NOVA TENDÊNCIA?
Jorge Spiller e Ana Claudia não foram os únicos a usarem plataformas digitais para realizarem o ‘comércio eletrônico ou virtual’. Uma pesquisa feita pela Ebit | Nielsen, em parceria com a Elo, divulgada pela 42ª edição do Webshoppers, relatório especializado em e-commerce, apontou que só no primeiro semestre de 2020, o comércio eletrônico cresceu 47% no Brasil, em comparação ao ano anterior, com R$ 38,8 bilhões. A pandemia, é claro, ajudou a impulsionar isso. É o que sugere o professor e analista financeiro Edilson Fernandes de Souza, graduado e mestrado pela UNESP. Na visão do analista, uma vez que o comércio presencial teve de parar, mas “não pararam de vir as contas”, os empreendedores ao perceberem que muitas pessoas fazem trocas comerciais dentro do ambiente eletrônico, acabaram por se adaptar. “A pandemia foi o impulso para o empreendedor verificar que ele também pode fazer receita através do mercado eletrônico”. O analista ainda avalia que as lojas físicas ao terem custos, acabaram por precisar reduzir seus espaços de estabelecimento, trabalhar em “home office” e, principalmente, divulgar “seus produtos de forma online”.
Questionado se a nova tendência comercial, que vem crescendo desde o começo dos anos 2000, obrigaria cada vez mais uma migração das lojas físicas para a virtualidade, Edilson responde: “Isso não vai acontecer tão rápido, visto que, a loja física ainda tem uma demanda considerável. Ainda mais se pensarmos que temos uma população que está envelhecendo. Logo, nem todos mexem com tecnologia”. Para o economista, a migração se dará a longo prazo e, levando em consideração os dados do Webshoppers, a tendência é que as novas empresas façam uma aderência maior a esse segmento de mercado.
Como atrair a atenção do seu público
Por Tassia Espego, Publicitária, Pós-graduada em Marketing Político pela USP, e pelo SENAC em Marketing Digital e E-commerce.
O mundo já atravessava uma mudança de comportamento por parte dos consumidores. A pandemia acelerou essas mudanças, mostrando ao mercado um novo perfil de consumo e uma nova maneira de vender. Pesquisas apontam o crescimento de 41% nas vendas do e-commerce no ano de 2020, é fato que as restrições impostas como o isolamento social, fizeram com que os brasileiros ficassem muito mais conectados.
Os grandes varejos tiveram expressivo crescimento e fortalecimento de marca no ambiente digital, mas isso não é motivo para desespero, existe espaço para o pequeno e médio comércio também. Não dá para negar que a concorrência no ambiente digital é imensa, sem contar que você não concorre somente com empresas do seu segmento, você dividirá atenção com centenas de coisas que são publicadas a cada segundo, desde o vídeo bonitinho do gatinho, até um pronunciamento do Presidente da República. Por isso, alguns pontos são fundamentais para você atrair a atenção do seu público.
Vamos a elas:
1 – Descubra quem é o seu cliente, procure saber o que ele busca, quais suas maiores necessidade e dores. Se você não sabe para quem está vendendo, você pode acabar atirando no escuro.
2 – Planejamento. Desenvolva um cronograma de ações, pelo menos com uma semana de antecedência, pense nos posts que você pode fazer, verifique se tem datas comemorativas que casam com seu segmento. Montando o cronograma antes você conseguirá pensar com calma em cada etapa, por exemplo: qual o melhor horário para falar com seu cliente, qual o melhor horário para mostrar o seu produto para ele? (No digital não existe receita pronta, o que muitas vezes funciona para um pode não funcionar para o outro).
3 – A venda será pelo digital, mas o esforço físico não diminui. Tenha sempre em mente que toda parte de “backstage” tem que estar afinadíssima para que o seu negócio decole. Formas de pagamento, estoque, logística, tudo deve estar alinhado.
4 – Não deixe seu cliente sem resposta. O tempo no mundo digital é um ativo muito preciso. A partir do momento que você abriu os canais de comunicação para que o cliente fale com você, não deixe de respondê-lo. Mostre que ele é importante, e que atendê-lo é uma satisfação.
5 – Imagem é tudo, mesmo! Diferente da loja física que o cliente pode até tocar o produto, no digital você precisará de boas imagens para “aguçar” o desejo do seu cliente, boas fotos são fundamentais.
Acredite, a venda é uma consequência!
Ofereça ao seu cliente muito mais do que o seu produto, ofereça a experiência e a solução que ele terá ao adquirir esse produto ou serviço.
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