O Natal, já há muito tempo, acalenta os sonhos de milhões de crianças ao redor do mundo.
É uma época do ano diferenciada, independentemente da crença de cada um. As esperanças são renovadas, ao mesmo tempo que a fraternidade é realçada, além do amor, em toda sua plenitude, ficar evidenciado como em nenhum outro período. Para os pequenos, é ainda mais especial.
As memórias proporcionadas por esta, que é a data mais sagrada do ano, serão levadas até o fim, não só na memória, mas na retina também. Não se discute, no caso das crianças, a relevância da figura do Papai Noel. O icônico Bom Velhinho, e tudo que o envolve, habita o subconsciente da maioria dos pequenos. O Diário do Rio Claro conversou com duas pessoas que têm a responsabilidade de dar vida a uma das figuras mais marcantes da infância de toda e qualquer pessoa.
Vanderlei atua como Papai Noel há 25 anos, e é presença marcante no Shopping Rio Claro. Seu sobrenome é bastante sugestivo: “Natal” Sestenari. “Comecei a atuar como Papai Noel na igreja da minha comunidade. Depois, o fiz também na empresa em que trabalhei como operador de empilhadeira, além de festas noutras companhias”, conta à reportagem.
Natal garante à reportagem que, durante o ano todo, cuida muito bem de sua valiosa barba. “Também oro muito para poder exercer essa função, que tanto gosto. E quando trabalho como Papai Noel, me preocupo em retirar os pelos pretos que crescem, pois o Papai Noel deve ter a barba toda branca”, revela.
Tendo em vista esses anos todos, Natal relata que vivenciou boas experiências. “Há crianças que me visitam várias vezes, crianças com necessidades especiais que me emocionam, e também crianças que pedem um familiar/parente (mamães, vovôs, etc.) de volta”, confidencia.
Houve, também, situações curiosas e engraçadas. Uma, em especial, ele descreve ao Centenário. “Uma situação engraçada ocorreu quando uma criança me disse que Papai Noel não existia. Ela puxou a minha barba e ficou surpresa, porque viu que era real. Depois, saiu gritando e falando para todos que era mesmo o Papai Noel que estava lá e que ele existia, sim”, recorda-se.
E, como não poderia deixar de ser, momentos de emoção também foram por ele vividos. “Uma situação que me emocionou aconteceu quando uma menina pediu o vovô dela (já falecido) de volta. Fiquei muito tocado com a situação e tentei confortá-la, explicando que o vovô dela cumpriu um plano de Deus e que estava em um bom lugar”, lembra, emocionado.
Pedidos inusitados
O Papal Noel oficial do Shopping Rio Claro diz que, ao longo de tantos anos, foram muitos os pedidos peculiares que lhe foram feitos por crianças, mas há um que ele lembra com carinho. “Uma vez, houve um pedido que também me emocionou muito.
Uma criança carente pediu um frango para comer no Natal com a família”, relata.
Mensagem
“Que o nosso Pai Celestial abençoe e ampare a todos, tanto crianças como adultos. Que todos possam ter esse espírito de fraternidade e amor, não só no Natal, mas durante o ano todo. Que o Senhor possa cobrir a todos de bênçãos e que sejam felizes no dia a dia, tomando as decisões sempre corretas perante Ele”, finaliza Vanderlei Natal Sestenari.
Noel Radical
Jairo Marciel Cazonatto, bastante conhecido como Neno, de 54 anos, não possui tanta experiência como Papai Noel, mas já viveu momentos gratificantes dando vida ao Bom Velhinho. Voluntariamente, ele atua quando da festa anual promovida pelo Fundo Social de Solidariedade no Lago Azul.
O começo
Neno conta que, por coincidência, foi certo dia ao Fundo Social e estavam à procura de um voluntário para a festa daquele ano. “Ao chegar, me foi feita a sugestão, na brincadeira, para que eu aceitasse a missão, e foi o que fiz”, recorda-se
Levando em consideração o período que antecede o Natal, Neno afirma não haver nenhuma preparação especial, e que simplesmente deixa a barba crescer por alguns meses para que possa desenvolver sua função.
Proprietário de uma oficina de motocicletas e um dos fundadores do Ratos do Asfalto Moto Clube, sua chegada é triunfal e nada tradicional em tratando-se de um Papai Noel: pilotando um triciclo, fato que desperta muita curiosidade, além de ser um atrativo a mais às milhares de crianças que, anualmente, vão ao Lago Azul acompanhar sua vinda.
Pedido especial
Neno expõe que, em 2017, uma menina, emocionada, lhe pediu que encontrasse seu pai. “Esse pedido me tirou o chão. Neste momento, disse a ela que orasse para que o Papai do Céu a ajudasse e que faria o possível para encontrá-lo, mas precisei de um tempinho para me recompor. Ela tinha a mesma idade da minha filha. Foi difícil”, admite.
Mensagem
“É gratificante sentir que ainda há esperança e fantasia nestas crianças, e que se soubermos educá-las e orientá-las, teremos um mundo muito melhor”, conclui Jairo Marciel Cazonatto.