O Diário do Rio Claro espera o momento para trazer em suas páginas uma das notícias mais aguardadas e que também ficará para a história: “A vacina contra o coronavírus é distribuída para a população”. Esta tem sido a esperança para combater mais uma pandemia. Ao longo da trajetória de seus 134 anos, o Diário do Rio Claro noticiou, contribuiu e deixou arquivado fatos marcantes, dentre eles, muitos outros surtos epidêmicos que atingiram o mundo.
Fundado em 1º de setembro de 1886, o DRC acompanhou, por exemplo, a busca das autoridades para encontrar mecanismos de combater à febre amarela e varíola. Além de outras doenças que foram surgindo a partir da ocupação do espaço agrário e também do espaço urbano que trouxeram condições favoráveis para a ocorrência de doenças transmitidas por vetores, doenças de transmissão hídrica e doenças de transmissão respiratória, como a peste, a malária, as leishmanioses cutâneo-mucosas e a doença de Chagas.
Em 1892, a febre amarela atingia algumas cidades do Estado de São Paulo, no período registrou a mortalidade de 6,2% da população de Santos, depois irradiou-se para o interior do Estado de São Paulo. Na região cafeeira de Ribeirão Preto, o surto começou em 1901 e se estendeu até o próximo ano. Na época, medidas de controle chegaram a ser impedidas na cidade, por não serem aceitas até mesmo pelos médicos. Com a gravidade e a disseminação da doença, medidas para o seu controle foram colocadas em prática como isolamento hospitalar dos doentes, expurgo domiciliar com piretro, destruição dos criadouros com o uso de querosene, proteção telada para portas e janelas, além de obras como a canalização de córregos e a drenagem das margens dos rios, coleta de lixo urbano reduzindo a densidade dos vetores.
Em 27 de agosto de 1970, o Diário registrava outro fato histórico e de desafio para a saúde pública, a preocupação era com a cólera. A notícia destaca que as autoridades sanitárias já tomavam providências para caso a doença chegasse ao Brasil.
O Diário do Rio Claro segue com seu compromisso de informar a população e conscientizar sobre a prevenção. Em 28 de agosto de 1970 também trazia os números da vacinação conta a Poliomelite. Naquele ano 5.009 crianças receberam a Vacina SABIN na cidade.
Foram ilustradas nas páginas do Centenário, outras endemias como a febre tifoide, que desde o final do século XIX era uma das mais importantes causas de mortalidade na capital. A aglomeração urbana no passado também favorecia a proliferação de doenças como tuberculose, a difteria, a escarlatina e a meningite.
Mas na capital Paulista, a epidemia que mais ficou marcada foi a gripe espanhola, fato que era comentado por todo o estado, provocando em 1918 inúmeras mortes, entre elas, o presidente eleito Rodrigues Alves. A epidemia teve início no final de outubro daquele ano e em meados de dezembro já havia registrado queda. A estimativa é de que o número de casos na capital tenha chegado a 350 mil. Na época, escolas também foram fechadas, além de bares, cinemas, indústrias e comércios que tiveram as atividades interrompidas.
Em 1930, surgem em São Paulo os casos de leptospirose, a doença já era conhecida desde 1910, porém não havia registro de casos no estado até então. No ano de 1935, a febre amarela volta a se manifestar. Entre 1960 e 1964 foi realizada campanha de erradicação da malária. Já no período de 1970 a 1977, a cidade de São Paulo registrou a maior epidemia de doença meningocóccica com o registro de cerca de 35 mil casos na população paulistana.
Esses são apenas alguns dos fatos históricos relatados pelo Diário do Rio Claro, que em 2020 segue com o compromisso de informar e acima de tudo caminha junto para conscientizar sobre a atual pandemia.