A chamada “saúde personalizada” é uma das promessas do mercado, de acordo com a palestra “Macrotendências Mundiais até 2040” ministrada nesta sexta-feira (30) pelo presidente do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Rafael Cervone, em Rio Claro (SP). O evento reuniu 250 pessoas dentre lideranças empresariais e políticas, além de estudantes.
A palestra se baseia em um estudo encomendado por Cervone, que cruzou mais de 350 bancos de dados do Ciesp e da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e utilizou uma ferramenta de inteligência artificial para apontar mudanças de comportamento e oportunidades de negócios.
A apresentação foi dividida em nove áreas: saúde, alimentos, energia, infraestrutura, urbanização, perfil do consumidor, trabalho e qualificação, segurança e entretenimento e turismo.
De acordo com o presidente do Ciesp, além do aumento da renda média mundial, do crescimento do mercado consumidor na África e do envelhecimento populacional, a “saúde personalizada” é uma tendência importante à qual as indústrias devem se atentar.
Segundo ele, por exemplo, exames mais modernos, com capacidade de diagnosticar, com antecedência, doenças que podem acometer os pacientes no futuro tendem a ser incorporados ao dia a dia dos serviços de saúde. Na mesma linha, cardápios nutricionais poderão ser customizados com o foco na prevenção das doenças às quais cada paciente está mais suscetível.
Por outro lado, segundo Cervone, já há projetos para criação de funções de ultrassom e raio-x nos celulares, o que pode tornar mais acessível o monitoramento de doenças, com tecnologia e baixo custo. “O celular, que já pode ser usado como ferramenta na educação, vai poder ser usado para monitorar a saúde”, disse Cervone. Segundo ele, as mudanças tecnológicas devem impactar ainda a telemedicina, a indústria farmacêutica, a fisioterapia e o atendimento em geral dentro dos próprios hospitais.
Profissionais
Cervone também chamou a atenção sobre a necessidade de formar mais profissionais de TI (Tecnologia da Informação). De acordo com ele, hoje o estado de São Paulo tem um déficit de 340 mil trabalhadores nesta área. Muitos têm sido contratados para atuar remotamente para empresas dos EUA, Canadá e Liga Árabe, dentre outras localidades. Instituições como a Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), que está em implantação em Rio Claro, e o Senai-SP têm projetos para aumentar a formação de mão-de-obra na área.
A palestra também abordou a questão ambiental. Segundo ele, 100% de 186 embaixadores recebidos por ele no Ciesp este ano demonstraram preocupação com a pauta da sustentabilidade.
O gerente regional do Ciesp Rio Claro, João Zaine, lembrou que países mais industrializados sofreram menos durante a pandemia de Covid-19 e daí a importância de trabalhar pelo fortalecimento da indústria brasileira e de trazer informação que permita crescimento e longevidade às empresas. “A palestra é uma chance de enxergar novas oportunidades de negócios e de se atentar e trabalhar pontos frágeis”, disse Anselmo Quinelato, diretor regional do Ciesp Rio Claro.
O prefeito de Rio Claro, Gustavo Perissinoto, foi uma das autoridades que prestigiaram a palestra.
Foto: Divulgação/Ciesp