Já são 35 anos de uma história de amor. Até que tentaram os separar e conseguiram por um tempo, mas depois de 20 dias um sinal de que o reencontro poderia acontecer e foi o que se concretizou após um ano. O destino os uniu novamente. A história não é de um casal não. Mas sim da paixão do Edson por sua Lambreta LI.
O amor começou cedo ainda na adolescência, o mecânico Edson Lautenschalaeger, de 65 anos, conta que sempre admirou as séries que eram lançadas do veículo. Ele relembra uma das lojas em Rio Claro que vendia as motocicletas, ficava na Avenida 3 com Rua 4. “Logo na frente, quando entrava no estabelecimento estavam todas enfileiradas para venda. Achava lindo”, declara com saudades do período.
Com o passar dos anos, ele conseguiu o realizar o sonho e adquirir a sua própria lambreta, em 1971. O modelo teve o último lançamento em 1970.
De lá para cá já teve oito, porém uma delas é especial e está com ele até hoje. É sobre esse amor que relatamos no início da matéria. E olha a peça que o destino pregou. Ele comprou a Lambretta LI, que hoje tem 57 anos, em 1983, mas foi roubada em 1984. “Ela estava em frente de casa, tinha duas, a do meu primo que era mais nova também, só que roubaram a minha que era mais ‘feinha’”.
Edson ficou muito chateado, registrou boletim de ocorrência e 20 dias depois o primeiro sinal de que ela poderia ser sua novamente. “Um amigo tinha um depósito de sucatas e no local chassis e ele desconfiou que poderia ser da minha Lambretta, fui verificar e era mesmo. Dei baixa na delegacia e depois de um ano outras peças foram aparecendo”, diz.
O Edson era mecânico específico deste tipo de veículo e na oficina que trabalhava é que os equipamentos do próprio veículo que havia sido roubado foram surgindo. “Apareceram duas Lambrettas na oficina e nelas haviam várias peças que pertenciam a minha, inclusive o motor”, afirma. O mecânico comunicou novamente à polícia e todas as peças foram recuperadas.
Quase 70% das peças eram da mesma. O que o Edson fez? Juntou todas as partes e montou novamente sua paixão. Lá se vão 34 anos do retorno e nunca mais se separaram. E ela continua firme e forte pelas ruas de Rio Claro. Ele a usa todos os dias para trabalhar.
O motor continua potente. “Inclusive tem um ronco que reconheço de longe, posso estar em qualquer lugar que sei que é meu pai que está passando”, diz a filha Aline Lautenschalaeger.
“Eu gosto quando ele ultrapassa os modelos mais modernos e mostra que ela também anda”, declara a esposa de Edson, Roselene Bressane Lautenschalaeger.
Claro que vai marcar presença mais uma vez no Encontro de Carros Antigos de Rio Claro que acontece neste domingo (22). Edson também participa de grupos de amantes das Lambrettas e de encontros em outras cidades da região.
Além de toda história de décadas, a cada evento mais emoção. “Estava expondo, dois senhores passaram, ficaram olhando várias Lambrettas restauradas, mas pararam na minha me aproximei e perguntei porque tinham parado justo na minha, com outras tão bonitas.
Um deles respondeu, ela está toda original e lembro da que tive no passado”, conta Edson todo orgulhoso. Propostas de venda, lógico que já teve. “Disse não a todas, não quero vender não”, finaliza.
EXPOSIÇÃO
O 28ª Encontro de Carros Antigos de Rio Claro acontece neste domingo (22) no Claretiano Faculdade das 8 às 17 horas. Centenas de marcas e modelos de veículos vão fazer parte da exposição, como carros, caminhonetes, motos, lambretas e até bicicletas. A entrada é franca.