O “iceberg” é uma plataforma de gelo que se desprendeu de uma geleira. Sua principal característica é de que apenas uma pequena parte da grande massa de gelo flutuante pode ser vista acima água. A maior parte do iceberg está submerso.
Tenho visto muitas empresas que adotam uma gestão que lembra um iceberg ao contrário, ou seja, elas apresentam uma gestão que parece ser muito eficaz “na superfície”, porém não possuem uma base que lhes permita sustentação, não apresentam consistência para manter o equilíbrio necessário para a competitividade da empresa.
Isto acontece, em grande parte, pela falta de conhecimento e alinhamento da gestão por parte de seus executivos, gestores e das lideranças responsáveis pela tomada de decisão.
A falta de sustentação que encontramos nessas organizações, faz com que aos poucos e silenciosamente seus resultados vão sendo corroídos, mesmo com uma “demonstração”,” teoricamente”, positiva.
Empresas com essas características, muitas vezes, estão atreladas ao giro financeiro, ou seja, o dinheiro que gira na empresa esconde o verdadeiro resultado.
Neste contexto é muito comum encontrar demonstrativos de resultados incompletos e que não levam em conta os custos operacionais, simplesmente porque eles não são medidos e, portanto, controlados.
A falta de acompanhamento e controle do que realmente importa é um dos fatores de maior risco para essas empresas. Isso acontece por vários fatores, tendo como principal deles, o desconhecimento das melhores práticas de gestão por parte dos seus gestores executivos.
Muitos desses profissionais acreditam, de forma equivocada, que sua capacidade de ação, em suas áreas específicas, os qualificam seguramente para estarem à frente de uma gestão organizacional sistêmica.
Profissionais em níveis de decisão, que apresentam dificuldade em gerir seus negócios são facilmente detectáveis, por adotarem atitudes que dificultam sua integração com as demais áreas da empresa e de se comportarem como uma ilha em meio ao todo da organização. Além disso é nítida a falta de acompanhamento e controle, desses profissionais, sobre aquilo que realmente importa.
É como se eles tivessem medo dos números, dos indicadores e da realidade que se apresenta. Para evitar que isso fique explícito, muitas vezes, jogam essa “verdade para debaixo do tapete” e criam uma “cortina de fumaça” através de atitudes autoritárias e de isolamento.
Outro fator presente em organizações que se comportam como um “iceberg ao contrário”, é o de que seus executivos fazem questão de ressaltar que praticam o que há de melhor na gestão – em tudo.
Sua retórica é de que adotam as melhores ferramentas, que têm implementado ou estão em vias de implementar o que há de mais eficaz na gestão, como a adoção de normas e referenciais de mercado; porém, na prática do dia a dia não é bem assim que acontece.
Por fim, nessas empresas, o clima organizacional é muito ruim e a rotatividade de bons profissionais é alta, uma vez que que eles preferem sair a ter que conviver com isso.
Organizações que vivem essa realidade estão e estarão sempre muito próximas de enfrentar dificuldades e o risco de ver o negócio sucumbir de uma hora para outra.
São organizações onde falta uma gestão consistente e que apresentam grande vulnerabilidade “abaixo do que aparece superfície”.
Até…
O autor é conferencista, palestrante e Consultor empresarial. Autor do livro Labor e Divagações.
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