Como acontece em todos os governos, mormente em nível federal, passados 365 dias de gestão, reina a expectativa de como irá se conduzir o atual governo durante o exercício de 2020. Promessas são tradicionais e não faltam, visando, efetivamente, melhores dias no comando da máquina administrativa, acrescentando a esse fato, que é absolutamente natural, divergências em níveis municipal, estadual e federal.
Dias atrás, sem partido definido, o atual presidente da República realizou uma “festa” no Palácio da Alvorada na tarde de quarta-feira, dia 5 próximo passado, data em que marcou os 400 dias de seu governo com a presença dos ministros Sérgio Moro, Onyx Lorenzoni, Tarcísio Gomes de Freitas, Luiz Madetta, entre outros, nesse evento de muita euforia e festividade.
A cerimônia fez um balanço da atual gestão e apresentou perspectivas favoráveis para 2020, porém, na teoria, porque na prática não se sabe se irão se tornar oficiais, entretanto, vamos torcer para que uma parte dessas perspectivas se transforme em realidade e que venha ao encontro do desejo da maioria de todos os brasileiros.
Entre as promessas e políticas alardeadas nos últimos dias pelo governo, reconhecidas como ações de sucesso, figuram a inauguração da Estação Antártica Comandante Ferraz e a aplicação do 13º salário do Bolsa Família, além da explanação feita pelo chefe da Nação de que a economia voltou a crescer. Importante salientar, nesta oportunidade, que o Bolsa Família foi enaltecida pelo ex-ministro, quando ainda chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Entretanto, os dados mostram uma realidade diferente da versão oficial e, apesar da liberação de um salário a mais para os beneficiários do Bolsa Família, no fim do ano passado, sinalizou o presidente que a verba destinada ao programa em 2020 iria diminuir e que o governo mudaria o processo de triagem de quem recebe o benefício, o que aumentaria a exclusão das famílias desse privilégio. Deu com a direita, mas vai tirar com a esquerda, como se fosse um presente de grego.
No dia 22 de janeiro, num vídeo publicado nas redes sociais, o presidente defendeu que as comunidades indígenas se integrem ao restante da sociedade e afirmou que cada vez mais o índio está evoluindo e se tornando um ser humano igual a nós, porém, com ampla repercussão negativa as declarações preconceituosas fizeram com que a articulação dos povos indígenas do Brasil protocolasse uma representação na Procuradoria-Geral da República contra ele pelo crime de racismo.
Tal representação surpreendeu a todos nós, já que, Bolsonaro defendeu a classe indígena, exaltando o valor e a evolução do índio brasileiro, mas não foi bem sucedido, tanto é que os líderes dos indígenas entenderam de uma forma diferente, reprovando as ponderações com as quais o presidente se manifestou, fazendo alusão especial ao povo indígena.
Outro aspecto a ser abordado é a crise na área da Educação sob o comando do ministro Abraham Weintraub, tem sido alvo de críticas pelos entendidos dessa área, cujos motivos por isso ou aquilo afetam diretamente a sua imagem. Resta saber o que virá pela frente, se continuará sendo alvo de críticas.
Ocorre que as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que se tornou a porta de entrada de muitos jovens para o mundo universitário, foram divulgadas com erros, recaindo ao ministro Weintraub. Por fim, segundo explicações do governo, houve erro da gráfica que imprimiu o exame durante o processo de associação entre as provas, sendo que o problema foi identificado somente após reclamações de estudantes nas redes sociais.