Por diversas vezes durante a campanha o governador João Doria (PSDB) adotou um discurso duro com relação à segurança pública. Sobre o sistema carcerário, o tucano foi enfático e disse que “todos os presos vão trabalhar”.
Conforme defendeu o governador na época, os detentos teriam que trabalhar oito horas por dia com a finalidade de pagar o custo para a sociedade, promover remissão gradual de pena, além de formar uma pequena poupança para os familiares.
Questionado sobre o modelo proposto pelo governador, o secretário de segurança de Rio Claro, Coronel Marco Antonio Bellagamba, enfatizou que a Lei de Execução Penal já determina em um de seus artigos que os presos, exceto os condenados por crimes políticos, estão obrigados ao trabalho na medida de suas aptidões e capacidades. “Sendo certo que desconheço se está sendo cumprido esse artigo devido à superlotação do sistema carcerário”, frisou o secretário.
REINSERÇÃO
Bellagamba também defende que detentos trabalhem e acredita que o trabalho auxilia na reintegração do preso na sociedade. “O trabalho, além de proporcionar auxílio para as famílias e ao próprio preso, ajuda a criar uma possibilidade maior na reinserção do preso na sociedade, muitas vezes ajudando a encontrar uma afinidade profissional”, avalia.
OCIOSIDADE
De acordo com o coronel, a ociosidade colabora para agravamento de problemas dentro e fora do sistema prisional. “Certamente, a ociosidade colabora para o agravamento das questões carcerárias, surtindo reflexos dentro e fora das prisões”, diz.
REESTRUTURAÇÃO
Por fim, ele defende a reestruturação de todo sistema carcerário. “Acredito que seja necessária uma reestruturação em todo o sistema carcerário que contemple os direitos humanos, possibilidade de educação, trabalho e, consequentemente, valorização e crescimento pessoal”, finaliza.