Uma vez, estava trabalhando com uma pessoa que estava muito preocupada com a falta de equilíbrio em sua vida. Estava com dificuldades para tomar decisões sobre questões difíceis de resolver e isto provocava uma baixa de energia e afetava a sua saúde.
Esse fato me fez recordar quando meu amigo e eu estávamos voltando da aula de Educação Física numa tarde ensolarada. Passando perto do circo que havia se instalado no bairro, pudemos assistir um treino de um equilibrista no cabo de aço.
Depois de dois dias, acabamos fazendo amizade com o profissional que se apresentava suspenso na corda, já que naquela época não havia rede de proteção embaixo dos dois arames, isso me intrigou e perguntei-lhe qual era o segredo de sua arte.
- Bem, disse o equilibrista – é curioso, mas aprendi muito fazendo a mesma pergunta quando era mais jovem a um veterano dessa arte. Desde criança, me encantava o circo: todo colorido, ruidoso, extravagante e exorbitante. E me espelhei nele e lhe perguntei: qual o segredo de sua arte?
- Primeiro – me disse – vejo cada passo no arame como o mais importante de minha vida, o último que vou fazer e desejo que seja o melhor. Planejo cada passo com muito cuidado. Muita coisa na minha vida eu faço por hábito, mas este não. Repasso mentalmente cada passo e vejo-o como um sucesso. E imagino como cheguei ao outro lado do cabo de aço, ouvindo os aplausos. E me concentro profundamente no que eu faço.
Aí, eu lhe perguntei: nunca você perde o equilíbrio? - Sempre estou perdendo o equilíbrio. Procuro sempre controlar nos limites que me coloco. Não poderia caminhar pelo cabo de aço se não perdesse o equilíbrio, primeiro para um lado e depois para o outro. O equilíbrio não é algo como o nariz falso do palhaço, é um estado controlado o tempo todo. Quando termino de passar, repasso todos os passos para ver se posso melhorar no outro dia. E sigo me divertindo. E aplico esse mesmo princípio na forma de atuar em minha vida.
E aquela mulher, ouvindo esta estória, percebeu que aquele problema que ela estava tendo começou a se dissipar em sua mente e começou a entender as mudanças que poderiam acontecer se ela decidisse desfrutar do seu modo e do seu jeito as aprendizagens e os recursos que agora estavam disponíveis para ela.
E para mim, quando percebo algum desequilíbrio em algum aspecto de minha vida, recordo o equilibrista e com uma boa dose de flexibilidade, segurança e otimismo, sigo em frente, decidido a mudar, porque de certa forma, assim como você, aprendi também o segredo da arte de viver com mais sabedoria. Pense nisso!