Mas com esse vírus intitulado COVID-19 e popularmente chamado de Coronavírus, alicerçada pelo distanciamento social imposto pelos governos municipais, estaduais e por parte de alguns membros do governo federal, obrigou as pessoas a repensarem suas vidas perante Aquele que deu sua vida terrena para salvá-los de seus pecados.
Para quem teve o prazer de conhecer JESUS como seu senhor e salvador, que morreu na cruz para lhes presentear com a vida eterna, mesmo que pressionados pela pandemia, parabéns, mas para os demais interessará apenas o ato de se reunir e comer bacalhau.
Bacalhau não é uma espécie de peixe de água salgada, nem de água doce ou salobra, ele é o resultado do processo de salga e secagem de peixes. Quando fresco, possui cerca de 80 a 83% de água, e seco, cerca de 45% do teor de água, com um teor de sal até 20%.
As espécies de peixes marinhos, Gadus morhua e Gadus macrocephalus, salgadas e secas, são as únicas originalmente conhecidas por bacalhau, portanto, muitos brasileiros comem gato por lebre, acreditam estar saboreando aquele delicioso peixe oriundo das águas geladas de países escandinavos (detentor até de algumas charadas, como: Qual o maior peixe do planeta? Resposta: o Bacalhau, porque a cabeça está na Noruega e o rabo no Brasil), mas, infelizmente, estão se alimentando de espécies não tão nobres e que talvez foram produzi-das no quintal de nossas casas.
Ainda quando temos a oportunidade de sermos enganados sobre a procedência do bacalhau e estamos comendo um Pirarucu, menos mal, pois este nobre peixe da bacia Amazônica é muito utilizado neste processo de salga e secagem e vendido em mantas que se assemelham ao sabor do legítimo bacalhau.
Há uma briga judicial para que se proíba a comercialização de qualquer espécie de peixe sal-gado e seco com a denominação de bacalhau, a não ser que estes peixes sejam das espécies marinhas, Gadus morhua e Gadus macrocephalus.
O tradicional e mundialmente conhecido bacalhau do Porto, comercializado no Brasil, refere-se às espécies G. morhua e G. macrocephalus, única e exclusivamente comercializadas com peso superior a três quilos e exportados pela Espanha, Islândia, França, Portugal e Noruega.
O Gadus morhua, considerado o legítimo bacalhau pescado no Atlântico Norte, quando em processo de cozimento desfaz-se em lascas claras e tenras. Sua carne tem coloração palha e uniforme.
O Gadus macrocephalus, considerado o bacalhau do Pacífi co Norte, possui carne de coloração mais esbranquiçada do que a do G. morhua, mas é difícil de notar. Sua principal diferenciação está em sua barbatana e rabo, que possuem uma espécie de bordado branco em suas ex-tremidades.
Há também espécies mundialmente comercializadas como bacalhau, inclusive com um volu-me de exportação muito superior aos da espécie Gadus, dentre os quais destacamos o Ling, o Zarbo e o Saithe.
Ling (Molva molva), originário da costa oeste da Islândia até o golfo de Biscaia (costa norte da Espanha), vive em leitos marinhos com 300 metros de profundidade, peixe ossudo de carne branca e firme, chega ao peso de 40 quilos e comprimento de 2 metros.
Zarbo (Brosme brosme), originário das águas do Atlântico norte, vive em águas profundas, de carne branca e saborosa, atinge no máximo 20 quilos de peso e 1,20 mt. de comprimento. O menor dos bacalhaus comercializados no Brasil.
Saithe (Pollachius virens), originário do mar Báltico, mar do Norte e águas da Escandinávia e Islândia, vive também em águas com mais de 200 metros de profundidade, de carne escura e que desfia com facilidade, característica que impulsiona sua comercialização, pois é muito utilizado na culinária do nordeste brasileiro, na confecção de ensopados, saladas e bolinhos.
Independente das características de cada espécie comercializada como bacalhau, todas são de excelente valor nutricional e com níveis de proteínas e aminoácidos indispensáveis ao nosso organismo, apenas ressaltamos os cuidados em seu preparo, evitando ao máximo seu consumo exagerado pelo excesso de sal empregado no processo de salga.
BOM APETITE !
Por Willy Bóbbo