Recentemente, assisti a um documentário de um maratonista com mais de sessenta anos que se dedica a corridas em maratonas. Ele tem por hábito correr todos os dias no período da manhã e à tardinha. Um detalhe: desde os dez anos, quando iniciou este esporte, nunca chegou entre os primeiros lugares.
Mas a vida deste esportista não é nada fácil. Todos os dias, faça chuva ou faça sol, ele está treinado para que um dia alcance o pódio na próxima maratona que se inscrever. O quase chegar lá. O céu é o limite.
Muita gente deseja alcançar seus objetivos, mas fica parado, esperando o dia chegar. Você já sabe que o caminho mais fácil nem sempre vai conduzi-lo ao sucesso. O caminho pedregoso pode ser o mais difícil e tortuoso, mas repleto de aprendizagens e entendimentos novos.
O sufixo latim – peni – amedronta as pessoas nos dias de hoje. Peni quer dizer “quase”. Penúltimo é quase o último. O mesmo com península é quase ilha e o que não poderia deixar de citar, a penumbra é a quase sombra.
O grande problema do “quase” é que a maioria das pessoas desiste e na próxima curva, sem atentar que a chegada pode estar no final dela. Deixam de lado seus sonhos porque se sentem frustradas e sem forças para continuar e se perdem no caminho.
No nosso tempo, a maioria das pessoas se desequilibra com o “quase” ser, “quase” fazer, “quase” ter. Quase famoso, quase campeão, quase saudável, quase casado, quase classificado no vestibular, quase feliz no relacionamento, quase adorado pelas redes sociais e, quando não conseguem, se frustram e sentem-se inferiorizadas.
O “quase” pode ser um estímulo para avançar na próxima empreitada e pode ser uma ótima preparação para a próxima jornada repleta de correções e acertos, avaliando o que saiu errado e acertar na próxima vez. Quem já não passou por dificuldades na escola e superou aquela matéria? Quem que já se descuidou da saúde e, superando, serviu de modelo para outras pessoas?
Se você tem um quintal em sua casa, quem é que cuida dele? E por que você cuida dele? É porque ele é seu. E não é muito diferente em relação à sua vida, ela é somente sua e lembre-se: você tem somente uma, não é?
Então permita perceber os “quase” em vários setores de sua vida e daqui para frente aprecie suas dificuldades como passageira, melhor preparado agora. Observe seus resultados, avalie-os e pare de se comparar com outras pessoas. Se compare com você mesmo, o “quase” pode ser um grande alicerce capaz de sustentar e aproximá-lo cada vez mais facilmente no próximo passo que você já conhece. E do percurso que já percorreu. Pense nisso! MQA