Em tempos passados era comum ouvir de uma criança: “quando crescer eu quero ser professor”, mas a frase está cada vez mais difícil de se ouvir. O que se observa é cada vez menos pessoas atraídas por esta missão de levar conhecimento, como destaca o Diretor Geral do Centro do Professorado Paulista Moacir Rossini. “Está ficando rara essa profissão, o que observo é que falta incentivo para atrair mais pessoas para o magistério”, salientou.
O Diretor Geral do CPP que atuou por 42 anos ocupando vários cargos, vivenciando todas as carreiras como professor, diretor, supervisor, destaca o amor pela profissão e a satisfação de ter contribuindo com tantos alunos. “O professor é uma carreira muito bonita, tem a convivência com muitas pessoas, fico feliz quando encontro um ex-aluno e ele também mostra a alegria do encontro. É gratificante saber que contribuímos com a vida e o conhecimento das pessoas, ter essa oportunidade”, declara, trazendo ainda uma característica principal para quem deseja seguir a carreira. “A primeira coisa é gostar da profissão, primordial e claro se dedicar”, diz.
Nesta data especial, Rossini observa, mais que homenagens o professor precisa ser visto como um ser humano. “Ele não é apenas um transmissor de informação. Ele ajuda o aluno a pensar, a refletir, a decifrar o mundo à sua volta. Mas a profissão não é tão valorizada, tanto no respeito, quanto na remuneração, a valorização percorre vários pontos”, avalia.
Em tempos de pandemia, foi possível perceber ainda mais a importância do profissional na vida das pessoas em todas as fases, visto que o aprendizado principalmente das crianças ficou prejudicado com as atividades somente em casa. “Há muita dificuldade na parte tecnológica, tanto para o professor quanto para o aluno, o que atrapalha na aprendizagem, além disso, na questão do relacionamento”, avalia Rossini, salientando que o período também apresenta mudança na defasagem dos alunos. “A classe social mais baixa é a que mais sofre, depende mais da escola”, disse.
Sobre o retorno das aulas presenciais, Rossini salienta que a situação precisa sempre olhar os dois lados, o da família e do professor e ver o que é melhor. “A gente pede que haja todos os cuidados sanitários que seja oferecido para todos.”
Centro do Professorado Paulista
O Centro do Professorado Paulista existe há quase 90 anos e atualmente tem em torno de 120 mil associados no estado de São Paulo. “O CPP busca a valorização do trabalho do professor. É uma das metas que buscamos, além da qualidade de ensino e de aprendizagem, queremos que as escolas desenvolvam um bom trabalho. Visamos também a capacitação dos profissionais da educação desde os professores aos diretores”, ressalta.
“Desejo ao professor o meu respeito, o meu reconhecimento pelo trabalho de cada um. É uma profissão que tem que respeitar”, Moacir Rossini – Diretor Geral do CPP
Por Janaina Moro / Foto: Divulgação