Os agricultores (e agricultoras) familiares exercem estratégicas funções e ações no país, pois são responsáveis, pela produção, da grande maioria dos alimentos que chegam à mesa dos brasileiros, devido a sua produção agropecuária diversificada (mandioca, feijão, leite, legumes, hortaliças, carne de porco, aves, leite, dentre outras atividades).
O tipo de agricultura exercido pelo segmento da agricultura familiar está associado à questão histórica, de identidade e cultural, uma vez que, nota-se uma ligação muito grande com a tradição familiar e técnicas e manejos, são passados de pais aos filhos, principalmente, a experiência com a terra e a lavoura.
Nesse sentido, os agricultores familiares são pequenos produtores rurais, que unidos em família, trabalham no campo, e que apresentam um estilo de vida de apego e amor ao campo.
Segundo informações da Geógrafa e pesquisadora de Doutorado da UNESP – Rio Claro, Francielly Naves Fagundes, “o que caracteriza um agricultor (a) familiar é, sobretudo, a pequena propriedade rural (ou minifúndio), mão-de-obra em sua maioria familiar, produção para o mercado local e regional (por exemplo, feiras), Cooperativas, e também direcionada para o Estado (centros de educação e escolas via Chamadas Públicas).
No Brasil, nas últimas décadas, ações do Estado, como Políticas Públicas e Programas Nacionais (PRONAF, PAA, PNAE), foram e são imprescindíveis para o fortalecimento, viabilização econômica (linhas de crédito rural, acesso a mercados) e manutenção (permanência) dos agricultores familiares, produzindo no campo.
Neste contexto, a agricultura familiar exerce um novo papel, se configura, como novos e ainda mais importantes sujeitos sociais na atualidade.”.
Os agricultores familiares, além de exercerem função social e econômica, destacam-se também a função ambiental, pois sua produção é considerada orgânica, ausente ou com pouca, utilização dos insumos agrícolas conhecidos como agrotóxicos. Logo estes auxiliam no controle da poluição ao meio ambiente.
A não utilização de agrotóxicos na produção se dá, pois muitos agricultores moram nas propriedades rurais e produzem os alimentos uma parte para consumo de sua própria família (e a outra parte direcionam a comercialização no mercado), justificando assim, a não adoção em escala de agrotóxicos, na lavoura.
No município de Rio Claro, os agricultores familiares cultivam diferentes produtos, e comercializam em comércios da cidade, bem como, em municípios próximos. Uma das ações de valorização da agricultura familiar no município, é a Feira do Corujão, que ocorre duas vezes por semana no espaço livre da Vila Martins.
Nesta feira, as famílias das áreas rurais, trazem seus alimentos produzidos, para comercialização.
A Feira do Corujão, além de proporcionar o contato com alimentos mais saudáveis e com preços mais baratos, também possibilita que a população do município conheça a atividade, produção e por vezes história e cultura, de agricultores familiares, de áreas rurais do município e distritos de Rio Claro.
Nesse sentido, diante do exposto, faz-se importante o reconhecimento do papel exercido pelos agricultores (e agricultoras) familiares, e ações de fortalecimento da agricultura familiar.
Seu papel é essencial para a segurança alimentar; garantia de alimentação saudável; proteção da agrobiodiversidade e uso sustentável de recursos naturais. Isso denota, portanto a importância destes sujeitos sociais, no âmbito ambiental, social e econômico do país.
Por Eder Varussa