Os melhores pilotos, os carros mais sofisticados, competições antenadas com o futuro do automóvel. A cidade de São Paulo viverá em 2024 um momento histórico para o automobilismo brasileiro: vai sediar três das principais competições promovidas pela Federação Internacional do Automóvel (FIA), atraindo a atenção dos fãs e da imprensa mundial para o país.
A última das três provas a ser confirmada foram as 6 Horas de São Paulo, quinta etapa do World Endurance Championship (WEC, ou Campeonato Mundial de Resistência), torneio que vem experimentando um crescimento exponencial com a entrada de diversas fábricas icônicas, como Ferrari (vencedora da última 24 Horas de Le Mans, disputada no dia 11 de junho), Toyota, Porsche, Cadillac, Alpine, Lamborghini, Peugeot, Isotta Fraschini, BMW – e talvez Glickenhaus e Vanwall.
Fábricas de ponta do esporte a motor terão suas atenções e esforços de divulgação voltados para o Brasil: quatro na F1 e oito na Fórmula E. Já o WEC contará com pelo menos nove fabricantes. O segredo é o novo regulamento da sua principal categoria – a Hypercar – que atraiu montadoras com longa tradição no automobilismo e na fabricação de modelos superesportivos.
“Se fosse definir o WEC para alguém que não conhece, diria que é o salão do automóvel em alta velocidade: todos os carros mais desejados do mundo estarão competindo lá”, resume André Negrão, bicampeão de Le Mans e atual vice-campeão mundial da Hypercar. O brasileiro de 31 anos é uma das apostas da equipe Renault Alpine, que mostrou em junho o Hypercar que vai utilizar para tentar o título mundial em 2024.
“Repercussão maravilhosa” – De fato, enquanto a F1 não possui pilotos brasileiros e a FE conta com apenas dois, o WEC pode chegar a ter em seu grid até oito representantes do país – número baseado nas últimas edições de Le Mans e na repercussão do anúncio da prova em São Paulo. Negrão, que pertence a uma família tradicional do automobilismo brasileiro, disse que a notícia pegou todos de surpresa. “São Paulo vai ser a capital do automobilismo mundial no ano que vem. Nenhuma cidade terá F1, WEC e FE no mesmo ano. E até por isso o anúncio de São Paulo surpreendeu todo mundo – já tinha duas categorias FIA importantes. E a repercussão foi ótima. É incrível como as pessoas gostam do Brasil. E duas coisas sempre me perguntam: onde comer uma boa pizza e um bom churrasco. Disso, todo mundo é fã”, brinca o piloto da Alpine.
Brincadeiras à parte, Negrão diz que competir no Brasil é algo que pilotos de todas as categorias desejam. “Interlagos talvez seja o equipamento público brasileiro mais conhecido do mundo atualmente. E, geração após geração, os fãs têm crescido assistindo provas de F-1 na nossa pista mais tradicional. É lógico que isso dá a Interlagos um status especial nos sonhos de quem quer ser piloto profissional. Por isso, a repercussão entre pilotos e equipes do WEC foi maravilhosa. Há uma grande expectativa”, informa André.
Para o piloto, outros motivos também pesaram na definição de Interlagos como local de uma etapa do WEC. “O Brasil é o maior mercado da América Latina, o público gosta das corridas e praticamente todas as grandes fábricas estão no país de alguma forma. Mas valeu muito o empenho da prefeitura, que também tem o mérito de ter trazido a F-E em 2023. Por tudo isso, o público brasileiro terá uma oportunidade incrível de ver o melhor do automobilismo mundial sem deixar o país para isso”, avalia.
A Fórmula 1 ainda não definiu a data de sua etapa brasileira em 2024. A Fórmula E anunciou que sua sexta etapa será novamente na pista montada nas ruas em torno do Anhembi, no dia 16 de março. Já o WEC escolheu 14 de julho como data de sua quinta etapa, em Interlagos.
Por E. Cortez