Não são apenas os problemas tradicionais como poluição automotiva, lixo nos mares, usinas de carvão etc, que geram impactos negativos no meio ambiente. Outras ações também contribuem, sendo elas alguns hábitos de consumo pessoal, como as roupas e acessórios que usamos, que podem contribuir para uma degradação acelerada tanto do meio ambiente como da vida humana.
O Fast Fashion é o maior desses problemas, o termo se refere a um modelo de criação, distribuição e venda de peças de vestuário ecologicamente incorretos e baseados no consumo rápido.
Suprir rapidamente uma demanda de roupas e acessórios dentro de uma constante troca de coleções é o que visa este modelo de vendas e foi criado pensado dessa forma.
Promover uma falsa sensação de exclusividade é um dos segredos da Fast Fashion. São peças divididas globalmente em lotes distintos, embora sejam criadas em grande escala, criam um ideia equivocada, pois diferem de loja a loja.
Quantidade excessiva de roupas que são descartadas o tempo todo. Imagem do Portal Autos Sustentável
A intensa campanha de marketing que promove sempre novos modelos e estilos, faz o cliente ser levado sempre a comprar mais e mais, mesmo muitas vezes sabendo da baixa qualidade das peças.
A gravidade desse modelo de consumo é algo que a maioria das pessoas não está ciente. A revista Forbes informou que a segunda indústria mais poluente no mundo é a de vestuário, ficando atrás apenas da produção de petróleo sendo 10% de todo o carbono mundial é emitido por ela.
Moda sustentável ganha espaço na pandemia – Imagem do Portal Capital News
Devemos estar atentos a outros dados como o de que cada cidadão nos Estados Unidos, joga fora em média 32 quilos de roupa anualmente; para produzir a fibra de poliéster, são gastos 70 milhões de barris de petróleo por ano, o poliéster demora cerca de 200 anos para se decompor, além de causar alto impacto ambiental; a durabilidade de uma peça de fast fashion é em média de apenas 5 lavagens e duração de uns 35 dias; na natureza essas peças de fibras sintéticas baratas emitem um composto de N2O, ou óxido nitroso, 300% mais venenoso que o dióxido de carbono.
As partículas de microplásticos produzidas pela microfibra sintética estão inseridas em diversos biomas, especialmente nos oceanos e está afetando o ciclo alimentar de diversas espécies, inclusive do homem; cerca de 400% a mais de carbono é produzida por uma roupa de fast fashion em relação a outra peça com qualidade e durabilidade maior; tecidos que combinam algodão e outras fibras sintéticas não podem ser reciclados; um dos maiores consumidores de pesticidas do mundo é o cultivo do algodão, cerca de 24% dos inseticidas e 11% dos pesticidas do planeta, contaminando em diferentes países a água e o solo; também as peças de fast fashion colaboram em diversos países com o trabalho infantil e escravo além do impacto ambiental, impactam a vida de milhões de pessoas.
Produtos Slow Fashion, sustentáveis, ecológicos, reaproveitados e produzidos sem causar impactos ambientais. Imagem do Portal A Gazeta
A saída para todo esse problema é a valorização e fortalecimento de Slow Fashion ou moda com consciência, que prioriza a qualidade em vez de quantidade, bem estar dos trabalhadores e remuneração justa. Em sua produção utiliza matérias primas renováveis e de fácil degradação, como algodão, lã, rami, linho e outras fibras de origem vegetal.
O novo conceito de beleza é citado constantemente pela moda tradicional, o que é belo e o que não é, devemos estar conscientes de nosso consumo e adquirir produtos slow fashion e fazer combinações com as peças que já temos no armário, evitando consumo excessivo, estimulando assim nossa consciência socioambiental.